Este post IMENSO está na minha cabeça desde que eu deixei Paris rumo à São Paulo. Mas, no Brasil, minha mente, meu tempo, minha vida, ou seja, absolutamente TUDO ficou voltado para as comemorações do Centenário, principalmente nos 9 dias que passamos internados no Anhembi. E só agora, voltando para Paris, tive este flashback.
Retomando a história, saí de Paris fresquinha da festa de lançamento do KENZO POWER, a versão masculina do FlowerbyKenzo (já tinha prometido contar mais sobre a tal festa que também celebrou os 20 anos da marca).
Falar que eu adoro o Kenzo e a Kenzo (mesmo que Takada-san já tenha deixado a casa), é quase redundância (vide post anterior). Até porque a Kenzo carrega muito ainda do Kenzo conceitualmente: sensibilidade, sinestesia, troca, poesia... e annnnhhhhh (esta "coisa" que não tem nome, mas que pode ser descrita como aquela sensação de quando se vê algo muito belo a ponto de ampliar seus sentidos e fazer você suspirar). E o homem que está por trás disso e desenvolveu inteiramente o conceito de um dos perfumes mais vendidos no mundo (FlowerbyKenzo) é o homem de muitos sentidos n° 1: Patrick Guedj.
Eu fico tentando imaginar o que se passa nas conexões sensoriais do homem que espalhou papoulas vermelhas por Paris (como se já não bastasse a cidade ser linda) e transformou o máximo da simplicidade — afinal, que mulher não amaria ganhar uma flor vermelha? — na mais bem-sucedida campanha de perfume na minha opinião. E mais, a apresentação do perfume começava com algo como "uma papoula não tem cheiro, Kenzo cria o seu perfume". Depois disso, toda vez que vejo uma papoula vermelha, eu sinto o cheiro do Flower.
Patrick é o responsável pela criação de fragrância, embalagens, campanhas, ou seja, todo o processo. No aspecto de estimular os sentidos, ninguém ganha. Se um dia eu tivesse que escolher uma linha de produtos/perfumes para o resto da minha vida, sabendo que a possibilidade de consumir qualquer outro perfume, cosmético e até maquiage seria excluída, eu diria sem nem me abalar: KENZOKI. Dispenso explicações, imagens etc.
Alguns de seus trabalhos podem ser vistos no site de Véronique Durruty, com quem ele desenvolve muitos de seus trabalhos em conjunto — o que inclui exposições, livros e fotos.
Calma, ainda não acabou...
Falta apresentar a novidade, o perfume masculino ainda sem previsão de lançamento no Brasil. Não terei como descrever o cheiro aqui no blog, mas eu diria que sou capaz de desmaiar — no melhor dos sentidos (porque morrer também é demais) — se um cara (este é o homem de muitos sentidos n° 2 porque Kenzo Power não é para qualquer um) aparecer com este perfume do meu lado.
Além disso, tem toda a viagem da embalagem: seu formato é o mesmo de uma garrafa de saquê recriada pelo designer Kenya Hara (o homem de muitos sentidos n° 3) para o "Hakkin Sake", produzido em Nagano (Japão). E a "pegada" da garrafa é boa: a embalagem do perfume é de vidro revestida de material metálico, ou seja, ela não simula a garrafa, ela É a garrafa. Mais: na caixinha, há inscrições em baixo-relevo que foram inspiradas em pegadas deixadas na neve. FOFÉRRIMO! Só para dar uma breve introdução a Hara, ele criou o conceito da MUJI, minha loja preferida de "no brand quality goods". Como já falei muito hoje, deixo para babar na MUJI outro dia.