Um dos cantos mais bonitos do Anhembi (e que fica do lado da Invasão MOYASHIS) é a casa de chá. Lá, professores e alunos da Urasenke fazem cerimônias a cada quarenta minutos até às 16h – ainda tem sábado e domingo para aproveitar. Corra e faça fila.
Eu fui pedir uma informação há uns dias e fui convidada para ocupar a última vaga para o chá. Estava aguardando um palestrante e não podia sentar e pagar o mico de meu telefone tocar. Educadamente, recusei e levei um susto. A pessoa que estava lá me convidando era um professor que tive muito tempo atrás e que estuda o caminho do chá. Papo vai, papo vem, conversamos o tempo que a cerimônia durou e meu celular não tocou. Então, as pessoas deixaram a cabana de chá e eu fui convidada para ocupá-la, sozinha e sem cerimônia. Parecia que alguém tinha cavado uma bolha de sossego no meio da correria do evento. Esse alguém era eu mesma, me permitindo outra pausa. Eu e o chá.
No fim da tarde, voltei para a mesma cabana, entre as pessoas que acompanhavam Jun Sakamoto. Hoje, estive lá outra vez, mas de passagem e do lado de fora. O convidado era um japonês de kimono e hakama. No meio de jornalistas, fãs, acessores, organizadores, agenda lotada e pressa, muita pressa, o estilista KENZO TAKADA deixou escapar este olhar.