Anote este nome no seu caderninho. Em seguida, faça um traço e escreva "Yubiwa Hotel". E espere a próxima apresentação delas no Brasil. Tendo oportunidade, Shirotama volta. Se eu estiver em São Paulo, não perco a apresentação por nada nesse mundo. E tiro uma folga para bater perna com ela.
Eu já tinha visto alguns trechos do espetáculo Candies em vídeo e pude acompanhar o que rolou em São Paulo via youtube e blog. Para minha sorte, depois do Brasil, o Yubiwa Hotel seguiu para a Europa e passou por Paris.
Saí do espetáculo EXCHANGE passada. Em alguns momentos, achei que um canal ligava o labirinto dos meus questionamentos aos de Shirotama, cujos textos se projetavam em japonês e francês no fundo do palco. A viagem maluca foi se aprofundando porque os performers se mexiam, dançavam, tocavam, se despiam e atuavam, dando vida a isso tudo. E tinha uma trilha sonora maravilhosa...
Conhecendo a teoria do círculo de Shirotama, para quem não basta viver em linha reta, e sabendo que seus espetáculos questionam o tempo todo o mundo e sua própria trajetória, acho que os labirintos se cruzam em algum momento de verdade. Shirotama explora muita coisa interna, assim como outra artista que eu adoro, a francesa Sophie Calle.
Combinamos de ir juntas à exposição de Sophie, mas nos desencontramos. Imagino que Shirotama tenha se perdido no francês e eu nas cartas dispostas nas mesas da Biblioteca Nacional. Mas os e-mails funcionam. Ainda bem...
Shiro mandou para mim esta foto tirada pelo Michimoto Satoh, empresário do Yubiwa, no Palais de Tokyo.
Eu deixo para vocês algumas frases que anotei de EXCHANGE, em que um dos trechos mostra a "silenciosa solidão" e a "liberdade sem fim" do nômade vagabundo.
"Eu não sei mais se minha casa faz parte deste mundo"
"Parto para saber"
"Me lancei na vida para tentar descobrir"
"Você e seu novo você são exatamente os mesmos"