(vídeo feito no dia dos desfiles das campeãs, da parte mais alta das arquibancadas. O som está ruim e a imagem tremida. Mas acho que dá para sentir um pouco da bateria e do público, que pegou o refrão rapidinho)
Como a Karen já comentou aqui, diversas escolas tiveram o centenário como enredo. Só para comentar um pouco mais do carnaval, vou falar da Unidos de Vila Maria, terceira na classificação geral que desfilou na sexta-feira, dia das campeãs. E achei o desfile muito bom. Confesso que mais de uma vez eu achei que um enredo sobre Japão ia cair nos estereótipos: gueixas, samurais, ninjas e sushi. Ok, teve um pouco disso, mas não muito jogado, pelo contrário: eles devem ter pesquisado bastante para produzir todo o desfile.
Mesmo no aquecimento, a bateria já começou a empolgar a platéia (coisa que não tinha ocorrido nas escolas que se apresentaram antes). O samba tinha um refrão muito fácil de pegar, o que foi ótimo para o público (“e vamos comemorar, o centenário brindar... saquê”). A comissão de frente era composta por dançarinos que faziam uma dança com leques, acho que era uma referência ao awaodori.
O carro abre-alas, com templos, personagens, dragão e muito papel picado saindo do telhado de um dos templos, era enorme, o maior de todo o carnaval. O papel dava um efeito muito bonito no céu e deixava o carro mais imponente. A ala das baianas gueixas trouxe rostos pintados de brancos, vestidos amarelos e sombrinhas. Ficou bonito, porque o tecido brilhava. Ouvi comentários de que o tecido veio do Japão. Não sei se é verdade, mas não duvido não. Aliás, as fantasias de todas as alas brilhavam.
Para ficar só nos carros, teve o segundo que era um cisne feito de copos e pratos de plástico, que trazia um navio (acho que era para representar o Kasato Maru) em cima. O mesmo material era usado no terceiro carro, um dragão que carregava bonecos representando personagens japoneses. A alegoria seguinte representava a agricultura, acho. Tinha uma feira livre, ou pelo menos umas barraquinhas, na parte de baixo e o grupo Wadaiko Sho na parte de cima, fazendo umas coreografias. Legal ver o público imitando. Pena que não se pode usar taiko no desfile, imagina a mistura do taiko com a bateria?
No último carro, o Aibo, aquele cachorrinho-robô da Sony, vinha no destaque. Sinceramente, achei meio estranho, hightech demais, muito prateado. Mas era original, sem dúvida. A parte “mecânica” se movia. E, depois de três séculos olhando o carro, percebi um shinkansen lá no meio...
Foi um terceiro lugar, mas o público aprovou e muito. Se você perdeu o desfile, fique ligado na semana da cultura do Anhembi que ocorrerá em junho: a Unidos de Vila Maria se apresentará no dia 21.
Neve congelada
Se alguém ainda tem dúvida de que o Japão está na moda, não tenha mais. O festival Yukidaruma do Hokkaido Kenjinkai, que ocorreu no domingo, teve tanta repercussão que apareceu até no Fantástico. Para quem não viu, clique aqui para ver uma matéria no SPTV.
Bem, deixa eu explicar melhor: o yukidaruma, ou ainda, nossos conhecidos bonecos de neve, foram expostos no domingo, na sede da Associação Hokkaido. Vieram 31bonecos: um grande, de 2 metros de altura e outros 30 pequenos. Todos feitos na cidade de Abira, na província de Hokkaido, e mandados para cá em um avião.
Chegando ao Brasil, ficaram em um frigorífico em São Bernardo até o dia da exposição. Transportados também em caminhões refrigerados, o yukidaruma grande precisou de uma ajuda de um guindaste para ser montado.
Resumo da maratona: muita divulgação, muito público para ver e uma fila imensa. Sério, como correu a notícia de que os bonequinhos iriam derreter logo, desde cedo as pessoas começaram a esperar na frente do Hokkaido. E, claro, o fato de ver ao vivo um yukidaruma – e tocar na neve – despertou o interesse de muita gente.
Bem, confesso que nunca vi neve em uma quantidade suficiente na vida para poder opinar muito. O máximo foram uns floquinhos em uma cidadezinha perdida do Japão. Mas, bem, a neve dos bonecos não era bem neve. Era mais neve congelada, sabe? Algo meio “duro”, não, “fofo”. O que foi bom, afinal, demorou bastante para derreter.
E as crianças (por que não dizer, os adultos também) se divertiram tocando, mexendo e tirando fotos dos bonequinhos. E aproveitando o clima de inverno em pleno verão paulistano, nada melhor do que melonas e raspadinhas para acompanhar.