Conte sua história › Raphael Luiz Sakugawa › Minha história
Fiquei um ano tocando sami-sen. Com 15 anos, comecei a aprender taikô (tipo de tambor usado principalmente como instrumento de percussão). Existem o taikô japonês e o okinawano. Eu toco o okinawano (o odaiko é o grande, o paranku é o pequeno, e o shime é o médio). Eu não sei qual foi feito primeiro. Eu sei que o taikô do Japão foi feito para as guerras, e o de Okinawa, para reverenciar os mortos.
A parte boa de ensinar taikô é perceber como os alunos aprendem e evoluem. Quando eles começam a tocar bem, a gente se empolga. É muito bom ver uma pessoa crescer nisso!
Antes do taikô, eu não tinha força, não tinha vontade, não tinha nada. Ficava vendo anime o dia inteiro. Aí, depois do taikô, eu comecei a andar, conversar com os amigos, conhecer muita gente.
O brasileiro gosta mais do estilo matsuri (considerado o mais moderno). O meu grupo toca umas músicas desse estilo. Sabe o desenho Naruto? Aquele ninja? A gente toca uma música dele. Nas apresentações a gente sempre busca o "taikô perfeito". Mas, a gente sabe que não é fácil.
Eu queria muito ir para o Japão, em Okinawa, tocar taikô! Eu nunca fui para lá. Eu estou pensando em fazer faculdade de Educação Física, depois tentar fazer um estágio em Okinawa. Lá eu tenho parentes por parte do meu pai, só que não conheço. O meu pai já está lá no Japão como dekassegui há um ano e meio. Minha mãe e minha avó têm vontade de ir para Okinawa também. É um grande sonho.
Depoimento ao jornalista Luciano Shakihama
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil