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  Conte sua históriaTathiana Takahashi › Minha história

Tathiana Takahashi

São Paulo / São Paulo - Brasil
45 anos, Designer

Senta que lá vem história...


Texto de um post que eu coloquei no meu blog do Vox: http://tathy-chan.vox.com/library/post/haru-e-natsu-e-hist%C3%B3rias.html

Fazem 100 anos que os primeiros imigrantes japoneses chegaram no Brasil. E se não fosse por isso eu talvez não estaria aqui.
E maluquices a parte da minha cabeça, me deu vontade de contar um pouco da história dos meus avós, que vieram para o Brasil em busca de uma melhor situação. Porque me emocionei de verdade assistindo a cena da separação das duas irmãs no porto de Kobe. Fiquei imaginando como foi a partida dos meus avós...

Começando pelo meu avô materno, a parte dos Kimura. Minha bisavó, viúva, resolveu vir pra cá saindo de Osaka, com o filho único, embarcando em um dos inúmeros navios que trouxeram os imigrantes. Mas não fazem cem anos que eles vieram, eles vieram um tempo depois dos primeiros imigrantes. Meu avô acabou se casando mais tarde, se casou aqui no Brasil pelo velho esquema de Miai [casamento arranjado] com a minha avó, cuja família era de Hiroshima, e teve seis filhas e um filho. *O_o Ok, meu avô não tinha tv em casa na época >_<* Minha mãe é a caçula das filhas, logo eu sou a neta mais nova dele. Na época, minha avó adoeceu um ano depois que minha mãe nasceu e viveu até seus últimos dias em cima de uma cama. Meu avô teve que criar todos praticamente sozinho. Minha mãe conta histórias da infância dela que eu imagino, não foram nada, nada fácil....

Sinto saudades do meu avô. Ele faleceu fazem mais de dez anos já. E até hoje guardo com carinho uma foto dele comigo num porta retrato no meu quarto. Até cheguei a posta-la no meu fotolog. Sei lá, pode parecer bobo, mas as vezes nos momentos difíceis, eu olho o retrato e me dá uma saudades dele, e penso que se ele estivesse vivo ainda, me diria em bom japonês "Ganbatte kudasai ne!". Apesar da família enorme que ele deixou, quando vivo ele se preocupava com todos, sem esquecer ninguém....
Por parte de pai, a história é meio doida. Começa com o meu bisavô Miyamoto [Pai da minha avó paterna] que resolveu sair de Hiroshima também, e invés de vir pro Brasil, quis se aventurar na América. Foi parar nos EUA, mas vai se saber o que deu nele, depois de um tempo resolveu voltar pro Japão pra arrumar uma esposa. E quando ele tentou voltar para os Estados Unidos, não conseguiu e veio parar aqui no Brasil. E aqui nasceu a minha avó paterna [Sim, ela é nissei] Quando minha avó já estava na idade pra se casar, pelo velho *e graças aos céus, extinto* esquemão Miai, ela foi prometida ao meu avô Takahashi, que era issei. Meu avô Takahashi era de Hokkaido [Norte do Japão] e até hoje ainda tem alguns parentes distantes por lá, segundo o meu pai.
E no fim disso tudo, meus pais se conheceram sem Miai *AÊ! Ainda bem, né?* e cá estou eu contando histórias!

Desde pequena, meu pai dizia que eu devia sentir orgulho pelos meus antepassados. De certa forma, cresci sentindo um certo orgulho, aprendi a gostar de muita coisa da cultura dos meus avós, tirando a língua que eu não aprendi devidamente, matéria que eu tiro zero com louvor, hahaha! *Nada que o Arashi não esteja me fazendo aprender na marra \o/ Viva o Arashi!*
Mas uma coisa que me causa estranheza no final das contas, é que muitas vezes, aqui mesmo no Brasil, muita gente não me enxerga como brasileira, de certa forma sou sempre a "japinha". E se eu for pro Japáo, lá serei taxada de "gaijin" [estrangeira] Confesso que é uma coisa maluca de se pensar, e que as vezes me faz me sentir dividida, metade japonesa, metade brasileira, meio sem pátria. U_U

Whatever dos whatevers: hoje posso dizer que tenho orgulho da minha ascendência, por poder fazer parte de uma história, de ter uma história pra contar. E orgulho também pelos meus avós que um dia vieram com a cara, a bagagem e a coragem pra cá.
E que espero não decepcioná-los, onde quer que eles estejam.... ^_^


Enviada em: 15/11/2008 | Última modificação: 15/11/2008
 

 

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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil

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