Conte sua história › Luciene Shirado › Minha história
Meu nome é Luciene Shirado e sou sansei. Nasci em 20 de dezembro de 1974, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Meus pais, João Seiko Shirado e Amélia Toyo Shirado, também nasceram em Campo Grande e são filhos de imigrantes japoneses. Tenho duas irmãs mais novas: Gisele, casada com Agnaldo Tokuy, hoje morando em Brasília, e Rosy, casada com Marcelo Harunari, morando em Curitiba.
Meus avós paternos, Seiguen Shirado e Kamade Shirado, e maternos, Seitso Tokuyama e Kame Tokuyama, nasceram na região norte da Província de Okinawa e chegaram ao Brasil entre 1922 e 1930.
Estabeleceram-se em Campo Grande, trabalharam na agricultura e construíram seus lares em colônias de imigrantes japoneses. Na época, a concentração de imigrantes okinawanos era crescente na região.
Cresci ouvindo músicas japonesas, ao som do sanshin, e cheguei até a aprender um pouco de odori. Sempre tive grande fascinação pela cultura japonesa. Meus pais foram os grandes responsáveis pelo respeito e pela admiração que eu e minhas irmãs cultivamos durante todos esses anos.
Iniciei os estudos da língua japonesa um pouco antes de entrar na universidade. Em janeiro de 1997 me formei em odontologia pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e, através do Intercâmbio Internacional entre Estados-irmãos (Província de Okinawa e Mato Grosso do Sul), fui estagiária do Governo de Okinawa, durante nove meses, no período de julho de 1998 a março de 1999.
Ao retornar do estágio, o meu interesse pela cultura se intensificou e com isso procurei participar mais dos eventos japoneses que, inclusive, fazem parte do calendário festivo de Campo Grande.
Professora
Em 2004, fui convidada para dar aulas de japonês no Okinawa Gakuen, vinculado à Associação Okinawa de Campo Grande. Pesquisei sobre didática e fiz um curso voltado para professores, e minha experiência pessoal me deu base para a elaboração das aulas.
Algo muito gratificante é poder ter contato com crianças e adolescentes interessados na cultura japonesa. A grande maioria gosta muito de mangá, anime, j-pop e tem interesse em aprender o idioma. Jovens que são ligados às raízes, à cultura dos seus antepassados por opção. Gosto muito do que faço e me identifico com os alunos, no tocante ao gosto pela cultura, e acredito que a relação professor-aluno deve se basear em respeito e amizade.
Depoimento ao jornalista Luciano Shakihama
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil