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Cálculos de estruturas de edifícios com nikkeis

Uma outra relação minha com imigrantes japoneses aconteceu já no exercício de minha profissão de engenheiro civil (entre 1959 e 1964), quando eu construía edificações e realizava cálculos estruturais. Na construção de casas, convivi com o saudoso Kenchiro Motoki, que havia vindo do Japão, em 1935. Motoki, vendedor de verduras, na esquina da Rua Carlos Gomes com a Travessa Primeiro de Março, tinha um pequeno caminhão com o qual também vendia material de construção, principalmente, areia, terra amarela (barro) e pedra preta, bem como recolhia os entulhos das construções que eu realizava [3]. Lembro-me de, por diversas vezes, ao conversar com ele sobre a tragédia das Bombas Atômicas lançadas pelos Estados Unidos nas duas cidades japonesas já referidas, vê-lo lagrimar, certamente lembrando do drama vivido pelos seus parentes e demais compatriotas. Ele, no entanto, não dizia nada, apenas lagrimava. É oportuno registrar que, muito mais tarde, Motoki construiu uma empresa de demolições e, por várias vezes, ofereceu para a minha mulher Célia, que é apaixonada por antiguidades, gosto que aprendeu com seu pai, o escritor Machado Coelho, azulejos portugueses, franceses, alemães retirados das fachadas das casas antigas que demolia e, que, carinhosamente, eram por ele raspados (da argamassa que os prendia às paredes), com a preocupação de não danificá-los.
Como engenheiro estrutural, tive a grata satisfação de conviver com mais um descente japonês. Era o saudoso Lauro Inagaki, que trabalhava no meu Escritório de Cálculo Estrutural, que funcionava na casa do então aluno de engenharia, Leônidas Alves de Souza, na antiga Avenida Independência (hoje, Avenida Governador Magalhães Barata) casado, também com uma descendente japonesa, a cirurgiã dentista, Yolanda Yoci Sawaki. Registre-se que o Lauro foi casado com a cirurgiã dentista, Binko Inagaki, também descendente dos imigrantes japoneses, que se instalaram em Tomé Açu, e autora de um livro no qual conta a sua vida na Amazônia [4