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Aperfeiçoando em Física na Universidade de Brasília

O Golpe Militar de 31 de março 1964, me fez praticamente encerrar minha atuação profissional de engenheiro civil, em Belém [5], e dedicar-me ao estudo da Física, já que eu ensinava essa matéria no Colégio Estadual “Paes de Carvalho” e no então Núcleo de Física e Matemática (NFM) da Universidade do Pará, ao ir, em março de 1965, a convite do professor Jayme Tiomno, para a Universidade de Brasília (UnB), para estudar Física. Aliás, quando eu ensinava no NFM, tive a oportunidade de conviver (primeiro como professor e depois como colega de magistério), com mais uma descendente de imigrantes japoneses, que se instalaram no Baixo Amazonas, a hoje professora aposentada da UFPA, Carmelina Nobuko Kobayashi, Graduada em Física e Mestre em Geociências, graus obtidos na UFPA. Ainda no NFM e, depois, no Departamento de Física da UFPA, fui também professor de outros nikkeis, cujos nomes podem ser vistos no site indicado na Nota [3]..
Na UnB, convivi com um outro descendente de japonês, o então Instrutor de Ensino, Luís Tahuata, hoje físico nuclear e professor do Instituto Militar de Engenharia no Rio de Janeiro. Meu convívio com o Tahuata era diário. Eu, e mais os meus colegas do Instituto de Física Pura e Aplicada da UnB [6], costumávamos nos reunir, depois do almoço no “bandejão” do Campus da UnB, na sala do Tahuata para conversar. Como ele havia estudado Grafologia, a fim de nos relaxar e nos preparar para as aulas da tarde, ele pedia que escrevêssemos alguma coisa, para analisar algumas de nossas características psicológicas. Com um riso “maroto”, ele me disse: Bassalo, teu sentimento artístico é amortecido. E completava: Será por isso que não gostas muito de assistir aos concertos regidos pelo Maestro Cláudio Santoro, aos sábados de manhã, no Auditório do ICA (Instituto Central de Artes)?
Com a crise da UnB, em outubro de 1965 [7], voltei a Belém. Em 1967, fui para a EEP ensinar nos recentes Cursos de Engenharia Elétrica e de Engenharia Mecânica, que haviam sido criados em 1964. Por essa ocasião, conheci mais dois descendentes de japoneses, que eram engenheiros formados no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA): Satoshi Yokota [que, recentemente, foi Vice-Presidente da Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER)] e o saudoso Seihó Gushi. Deles, guardo excelentes recordações. Com o Satoshi e o Daniel Mendes, também engenheiro “Iteano”, tivemos oportunidade de modernizar o Curso de Engenharia Elétrica, introduzindo disciplinas semestrais e editando um Catálogo, práticas essas que só aconteceram na UFPA, com a implantação da Reforma Universitária, em 1970. O Seihó, por sua vez, quando pertencia ao Clube de Engenharia do Pará (CEP), juntamente com o Presidente deste Clube, o meu amigo engenheiro João Messias dos Santos Filho, criaram o Prêmio Destaque Científico do CEP, em 1986, sendo eu o primeiro dos engenheiros paraenses a merecer esse Prêmio, por indicação deles e apoio de toda a Diretoria do CEP.