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Luciana Mishima

São Paulo / São Paulo - Brasil
40 anos, Psicóloga

Origens


Graças à maravilhosa exposição do Banco Real, na Paulista, encontrei quando meus avós vieram! Fiquei muito feliz porque não poderia mais perguntar para eles,uma vez que já faleceram, e não sabia como encontrar essa informação...
Da parte paterna, meus avós e minha tia vieram em 1926, no Manila-Maru, e foram para a região de Ourinhos. Da parte materna, meu avô veio em 1930, no Kanagawa-Maru, e foi para a região de Promissão. Minha vó materna nasceu no Brasil.
Ambas as famílias trabalharam na lavoura de algodão e café... Diz minha mãe que as flores do algodão são muito bonitas..
Meu avó paterno morreu em 1939, não aguentou a vida aqui e se entregou ao vício do álcool, algo bem comum na época...


Enviada em: 22/07/2008 | Última modificação: 22/07/2008
 
« Opiniões de uma sansei sobre preconceito Continuando... »

 

Comentários

  1. nelsonsinzato@brturbo.com.br @ 6 Jul, 2008 : 20:11
    Sra. Luciana, meus cumprimentos. Você conta a sua história com foco no assunto preconceito. Creio que essa é uma questão que gera certa polêmica. nesse mesmo site tem depoimento que fala de convívio harmonioso dos nipo-descendentes no seio da sociedade brasileira. Na minha opinião, o preconceito, as brincadeiras , as ignorâncias que você cita, outrora aconteciam em grau muito maior. Felismente, isso parece que amenizaram ao longo do tempo. Quero aqui dizer que os imigrantes nipônicos e nós os descendentes também temos nossa parcela de responsabilidade por esse convívio um pouco desigual. Cito por exemplo, casos que vivenciei quando residia na zona rural. Quando havia festa de casamento de um integrante da colônia japonesa, em que um não oriente-descendente, vizinho de sítio nao era convidado, ao contrário dos nipônicos, que todos eram convidados, mesmo residindo muito distante. Esse é apenas um exemplo, mas o relacionamento dos nipônicos de um modo geral não favoreciam um convívio "redondo" na sociedade em geral. Concordo com você quanto as brincadeiras de mau gosto, que realmente irritam e magoam, mesmo considerando que os brasileiros são muito brincalhões. Mas, afinal somos todos brasileiros. As gerações anteriores nos legaram as virtudes do trabalho, honestidade, perseverância, além de outras, fundamentais para a nossa formação de cidadãos dignos e honrados. Porém, creio que essas virtudes não constituem motivos para considerarmos melhores que os outros, pois, afinal, não somos racistas. Acho que devemos usar nossas capacidades contribuindo para um Brasil cada vez melhor, porque esse belo Pais é onde os imigrantes escolheram para vir e optaram por ficar, do contrário nem nós estaríamos aqui. E aqui eu quero ficar. Um leve preconceito, a gente não gosta, mas supera, afinal japonês já superou e venceu tanta coisa. Essa é a minha opinião pessoal.

  2. Patricia @ 7 Jul, 2008 : 03:04
    Oi Luciana, Concordo plenamente com você, acredito que há ainda muito preconceito no Brasil e também com os descendentes dos japoneses. Hoje recebi o email de um amigo revoltadíssimo porque havia no site do IG uma página de comemoração dos 200 anos da abolição da escravatura em que se pode postar cartas. Para sua indignação, haviam cartas racistas. O mesmo ocorreu com aquela novelinha da internet que está no site do UOL, que tem duas meninas nisseis, (aliás muito bem sacado), no qual li as seguintes frases "bomba atômica neles", "os americanos foram incompetentes, não mataram todos" e assim por diante. Ora, publicar mensagens racistas é crime, e é incrivel que sites como o UOL e o IG sigam publicando impunimente este tipo de declaração. Fui assistir a um espetáculo de teatro Nô com a companhia que veio especialmente da Universidade de Tóquio e o desrespeito com o mestre da arte era absurdo. Primeiro que não havia silêncio, comportamento básico para qualquer evento teatral e em segundo, as pessoas comentavam da altura dos atores, dos trejeitos, enfim, absurdos sem fim. Discordo que devemos aceitar o jeito "brincalhão" do brasileiro, acredito que essa brincadeira toda transforma esse país no que ele é, uma verdadeira tragédia social. Considero politicamente relevante seu comentário, não acho que o povo brasileiro seja lindo e maravilhoso, eu como partícipe deste considero urgente que se amadureça o comportamento e principalmente o bom nível educacional da maioria da população. O sr Nelson está enganado, o fechamento das colônias aqui no Brasil ocorre não por isolamento deliberado, mas por necessidade de sobrevivência, porque o Estado não nos protege das agressões ilegais, sejam verbais ou físicas. Um abraço!

  3. Luciana @ 7 Jul, 2008 : 10:13
    Concordo com ambos, de certa forma. Sem dúvida houve muito avanço nessa convivência Nelson, mas aproveito esta oportunidade que todo o alarde acerca da comemoração está nos proporcionando para contar também sobre o preconceito, pois acho que além de comemorar os avanços também devemos discutir o que ainda não mudou também. Quanto ao fechamento dos japoneses, acredito que em grande parte se deve realmente a uma necessidade de proteção, como se eles tivessem que preservar a sua identidade. Mas com certeza não concordo com essas atitudes que contribuem para esse isolamento, que terminam por disseminar idéias de superioridade. Abraço para ambos! Obrigada por comentarem.

  4. Nelson Sinzato @ 11 Jul, 2008 : 15:16
    Prezada Sra. Luciana. Disse anteriormente que o assunto gera polêmica. Parabenizo-lhe pela iniciativa de ter abordado o assunto, propiciando a oportunidade de expor nossas opiniões sobre o assunto.

  5. Cristiane Yuri Nakata @ 24 Jul, 2008 : 12:22
    Olá! A respeito do preconceito ele é bastante polêmico... mas não devemos nunca sermos considerados vítimas dessa ignorância. Todo ser humano tem um certo pré-conceito, ele julga qualquer coisa sem ao menos conhecer, não somente raça, como credo e classe. E para mim, isso é ignorância, é o não conhecimento de culturas, de credos. Há muitas pessoas preconceituosas, não somente para com orientais, mas como há orientais preconceituosos com outras raças. Mas se você se mostra como uma pessoa de mente aberta à outras culturas, pessoas e pensamentos, você mesmo estará abrindo as portas para novas idéias, novas pessoas e certamente compartilhando seus conhecimentos e aprendendo com o próximo. A pergunta seria.. aonde mora o preconceito? Eu não acho que os japoneses de hoje são fechados, pelo contrário têm orgulho de disseminar toda essa cultura, educação e determinação que têm. Pois tenho certeza, que aqueles que conhecem, respeitam, e alguns até gostariam de ter nascido um!! =) Abraços!

  6. AleX @ 23 Ago, 2008 : 23:52
    Olá Luciana, há uma pesquisadora especializada em imigrações, socióloga formada pela USP, com doutorado na Unicamp e atualmente professora da UNESP que escreveu um artigo que *fundamenta* e dá suporte para suas conclusões, que faz parte dos anais de um simpósio na USP sobre a identidade do nikkei. O que temos no Brasil é o chamado *preconceito de marca*, um tipo de preconceito racial diferente do preconceito de origem, que é o existente nos EUA. No caso brasileiro, somos (e aqui me denuncio como nikkei, sansei como você) discriminados por portar uma aparência de um povo que não faz parte do tripé consagrado por Gilberto Freire: o branco colonizador, o negro escravo e o índio nativo. As mesclas dos elementos do tripé são considerados "brasileiros". O amarelo figura como um elemento estranho no Brasil. Um nissei de russos nascido no Brasil, por exemplo, já é considerado brasileiro (via proximidade da marca do colonizador branco), mas mesmo um yonsei com traços orientais ainda deve sofrer as consequências de estereótipos. Não sei se você se lembra da propaganda da Nossa Caixa que relatava a história do Ichiro Mizusaki, que depois de pensar mil vezes resolveu vir ao Brasil. Analisando-a, reparamos que a música de fundo, a decoração dos cenários indicam que os filhos, os netos, os bisnetos do primeiro imigrante são todos ainda japoneses! Até o último descendente, o Bruno, que trabalha na Caixa, que é de quarta ou quinta geração! Sociologicamente, apesar de sermos brasileiros, de nossos referenciais culturais serem brasileiros, etc., não somos considerados como tais! De fato, mesmo hoje é difícil imaginar um nikkei em uma posição como a de Celso Amorim, nosso Ministro de relações exteriores, ou na de embaixador da Copa, ou de qualquer outro cargo mídia-representativo. Há muito o que fazer em prol da igualdade racial no Brasil. Há grupos cujo principal, mas não único, problema é o econômico, mas pelo menos eles *são* brasileiros. No nosso caso, o problema é o de nossa inclusão dentro do imaginário cultural nacional do que é ser brasileiro. Enquanto esse problema não for resolvido, sempre haverá o perigo de uma grande reviravolta social em que se procuram "culpados" por algum mal que o povo sofre, como foi o caso do que ocorreu na Europa na última grande guerra. O período pendular da história é lento, mas acontecimentos vão e voltam. Sou brasileiro, falo japonês como minha quarta língua, emociono-me com o hino nacional, e gostaria de me orgulhar do mito do Brasil ser acolhedor de todos os povos. Grandes abraços, AleX

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