Conte sua história › Erika Ikezili › Minha história
Antes de conhecer meu marido, tive namorados, na maioria brasileiros. Sempre falava que não ia casar com japonês, achava todos uns chatos, eram todos muito centrados, quietos, não tinha assunto com eles. Tinha acabado de falar para a minha prima que não ia mais namorar japonês. Foi quando conheci o Hamilton, numa danceteria. Ele só andava com japoneses e japonesas. Uma amiga dele que me puxou e me apresentou a ele. Foi paixão à primeira vista. Até achei esquisito, porque era um japonês.
A gente ficou namorando um ano. Íamos morar juntos, mas a mãe dele não quis. A gente se casou no cartório em 1996, no meu segundo ano de faculdade. E teve uma festa na casa da minha tia, no bairro de Santana, com churrasco, sashimi, sushi, não sei quantos tipos de doces.
Logo depois tive meu primeiro filho, o Sandro Enzo, que tem onze anos. Depois veio a Liz Naomi, com quase dez, e a menor é a Penelope Akemi, de dois. Por serem da quarta geração, eles não sabem as palavras em japonês. Minha sogra tem feito esse trabalho de mostrar a cultura. Em casa, a gente não deixa responder “quê?”, quando os chamamos. A gente pede para dizer “hai”. Tentamos manter essas coisas em casa.
Depoimento à jornalista Mariane Morisawa
Fotos: Carlos Villalba e arquivo pessoal de Erika Ikezili
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil