Conte sua história › Giuliano Amorim Correia Peccilli › Minha história
Eu não conheci a liberdade dos anos 80 e metade dos anos 90, aonde o pessoal ia atrás e caçava mangas e fitas gravadas da televisao japonesa q eram vendidas de tempos em tempos das locadoras "piratas" da liberdade.
Em compensação, cresci com revistas como Heroi e Animax, aonde pequenas histórias sobre o bairro japones me deixaram curioso para visitar lá. Lembro que a revista heroi publicou uma revista gigantona entre 96/97, aonde citava a Haikai como loja pra vc comprar produtos de anime e manga.
Acabei visitando o bairro em um dia q nao tive aula, tava frio e chovendo, e meu pai me levou de carro. Parou o carro no estacionamento do Bradesco em frente ao metro Liberdade e fomos a pé até a loja.
Pois bem, lembrando que na epoca eu estava na sétima série, e o dinheiro eu havia ganhado de aniversario, dos pais, da minha avó e dos meus tios.
Naquela época, passava na Manchete, Sailor Moon, Cavaleiros do Zodiaco e no SBT passava Guerreiras Mágicas de Rayearth. Pois bem, chegando lá, pirei, em ver laser disc dos cavaleiros do zodiaco, da saga das 12 casas, vi jogos do super nes do Super Campeões, Dragon Ball Z, chaveiros, cards, cds de trilha sonora de anime.
Naquela epoca, só existia a Haikai de produtos japoneses assim na Liberdade, com exceção de mangas q vc podia comprar na livraria Sol ou na Fonomag.
Nessa época eu tinha 14 anos de idade e acabei comprando a Fuu fabricada pela Sega, das guerreiras mágicas, um Gundam 0079 transparente, alguns envelopes de cards que na loja tinha e tal. Acho que gastei quase todo dinheiro q ganhei naquela epoca, algo em torno de 150 a 200 reais. Voltando feliz da vida pq conheci a liberdade e comprei coisas "japonesas".
Depois, em 2000 e 2001, acabaria se tornando hábito eu ir ao bairro todo final de semana.
Engraçado dessa época que longe do seu auge "otaku" de atualmente, as lojas vendiam fitas gravadas da televisao japonesa, vendiam coisas estilo 25 de março, jogos e tal, mas era bem précario. Alias, muitos ali não falavam portugues, e muita gente reclamou por ter sido tratado mal, por ser "gaijin" (estrangeiro). Comigo nunca aconteceu, o máximo que aconteceu, foi eu entrar nessas locadoras piratas (tinha uma perto da livraria sol) e as pessoas olharem feio, mas nada além disso.
Mesmo com tudo isso, eu gostava muito dessa epoca, e foi nessa epoca q comprei fitas de video por fansubber, graças a divulgação em revistas como da Animax.
Fansubber pra quem nao sabe é trabalho de fãs. Os caras compram dvds ou vhs originais e legendam pra portugues e revendem a preço de custo, num trabalho de fã pra fã.
Dali pra frente, a propria liberdade ganhou lojas de divulgação vendendo o trabalho q inicialmente era de fã para fã.
Hoje, quem anda no bairro, sabe como anda as coisas, com muita loja de dvd baseado em fansubbers de net, a moda do melona aonde todo mundo toma o sorvete de melão e as lojas com garage kit e action figures se multiplicaram.
Virou um lugar de encontro para fãs de anime e jrock e bom, sinceramente, acompanhei as mudanças do bairro e gostava dele como era antes, bem mais calmo.
Logico q hoje é bem mais acessivel, e mesmo hj nao sou mais um estranho no ninho. A primeira vez q estudei japones no Bunkyo, eu era um dos poucos "gaijins" lá e agora é normal ver alunos e até senseis que não tenham nacionalidade japonesa. Isso é muito bom, ver que está vendo mais interesse de se aprender japones, por outro lado, você não é mais o estranho no ninho.
Espero que tenham curtido a historia.
abraços
« Tsubasa No Oreta Tenshitachi | Gostar de uma cultura exótica a olhos ocidentais, nos torna alienigenas? » |
What a feeling
Ulfuls Banzai.
Utada Hikaru First Love
Rádio Fenix Concurso de Karaoke
Radio Fenix FAAP
As opiniões emitidas nesta página são de responsabilidade do participante e não refletem necessariamente a opinião da Editora Abril
Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil