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Saímos de casa (cidade de Chiryu, província de Aichi) às 9:20 e fomos até a estação de trem principal da nossa cidade. Lá pegamos o trem expresso às 9:38 até a cidade de Toyohashi (também na província de Aichi). Esse trecho demorou uns 40 minutos...
Às 10:33 pegamos o trem bala (Shinkansen) na estação de Toyohashi para a cidade de Fuji, na província de Shizuoka. A estação de trem mais próxima do Monte Fuji chama-se Shin-Fuji.
Chegamos nessa estação às 11:30 e aproveitamos o tempinho para comer o marmitão que levamos (arroz, feijão e carne cozida com legumes). Se não estivesse nublado, já daria pra ver o Fuji bem dali onde estávamos almoçando...
Da estação de trem Shin-Fuji até a estação 5 da trilha Fujinomiya do Monte Fuji (são 4 trilhas no total) pode-se pegar um ônibus que custa 3 mil ienes ida-e-volta. A viagem demora 1 hora e meia e é cheia de zigzags pelo meio da mata... a paisagem é muito bonita e é possível ver alguns animais silvestres...durante o percurso, passava um vídeo no ônibus dando dicas de trekking, explicações sobre a montanha e recomendações sobre o lixo e meio ambiente...
Às 14:40 chegamos a quinta estação da trilha Fujinomiya que fica à 2400m de altitude...o tempo estava nublado e agora a gente estava no meio das nuvens...nessa estação tem uma loja de souvenirs e banheiros grátis...aqui o preço de uma garrafa de 500ml de água custava 300 ienes (nas cidades custa 150)...
Da quinta estação parte uma trilha para subir e outra horizontal que leva até a cratera Hoei. Decidimos começar a subir logo e por isso não fomos até a cratera...
Havia um grupo de idosos fazendo alongamento para subir o Fuji, eram muito idosos mesmo...algumas famílias com crianças também vão ao Fuji, mas sobem até a sexta ou sétima estação....Diz a tradição que todos japoneses devem subir o Fuji pelo menos uma vez...por isso há muita gente nas estações 5 e 6...a trilha só é aberta oficialmente nos meses de julho e agosto e cerca de 400 mil pessoas aventuram-se na montanha nesses meses...
Aqui pode-se comprar um bastão de madeira para auxiliar no trekking. Nesse bastão você pode receber um carimbo em cada estação para comprovar que você passou lá...porém, cada carimbada custa 400 ienes.
Às 15:50 começamos a subir. O tempo estava nublado e um pouco frio (colocamos uma blusa e uma calça), caminhamos 20 min até a sexta estação. Esse é o menor trecho e o mais fácil pois é pouco íngreme. Aqui ainda há bastante vegetação e o chão é de rochas e areia vulcânica.
Às 16:10 chegamos a 6ª estação (2600 m de altitude) que consiste de um alojamento, um restaurante e um banheiro...Colocamos a parte de cima da capa de chuva enquanto conversávamos com o cara do alojamento. Aqui o alojamento custa 5 mil ienes e o wc custa 200 ienes. O cara queria nos convencer a dormir ali de qualquer forma. Tudo bem que ele precisa alugar os quartos, mas não precisava ser tão insistente a ponto de mentir sobre as condições montanha acima...
Às 16:45 saimos da 6ª estação. Ventava forte e o tempo abria e fechava numa velocidade incrível..Parecia um filme acelerado...estava bastante frio, nem parecia ser verão.
Pelo caminho há cordas para marcar a trilha e que servem também de apoio para auxiliar na subida. A partir da sexta estação a subida fica mais íngreme.
No caminho a gente viu todo tipo de gente. Idosos, crianças, atletas preparados e equipados e turistões de calça jeans e tênis comum...
Chegamos na sétima estação às 18:05 (2780 m de altitude) Demoramos 1:20hs (tempo médio 1:00h), comemos o lanche (pão com queijo e presunto), bebemos bebida isotônica.
A sinalização é em japonês e inglês, mas creio que seria útil se tivesse também em português pois a quantidade de brasileiros que sobem o Fuji é muito grande e vimos poucos "gringos"...
Saímos da estação 7 às 18:35 e no meio do caminho vimos o pôr do sol entre as nuvens que passavam rapidamente. Mesmo estando nublado, foi um momento mágico... a sensação de estar por cima das nuvens é algo maravilhoso, parece que estamos voando....
Alguns preferem subir somente a noite, pois acham que o fato de não enxergar a distância do topo ajuda a não cansar tanto...a partir daqui a gente precisava tomar mais cuidado pois o trekking seria à luz de lanterna. As paradas para descanso tornaram-se mais freqüentes. Mais ou menos a cada 5 minutos a gente parava um pouco... não tínhamos pressa de chegar no topo.
Às 20:00hs chegamos a 7,5ª estação (3010 m de altitude). Levamos 1:25hs (tempo médio 50 min). Comemos o que sobrou dos pães, bebemos bebida isotônica. As duas paradas anteriores foram de meia hora cada, mas nessa a gente ficou uma hora descansando e demos uma cochilada de uns 15 minutos. Às 21:00hs saímos da 7,5ª estação
Depois de 1:50hs caminhando chegamos às 22:50hs na 8ª estação (3250m de altitude). O tempo médio desse trecho é de 40 min, cochilamos uns 5 minutos, troquei a blusa pois estava encharcada de suor. Comemos barra de cereal, bebemos bebida isotônica. Aqui o wc só funciona de dia e custa 200 ienes. A água custa 400 ienes e em todas as estações há máquinas automáticas de bebidas (não é a toa que é o segundo país no mundo com mais máquinas de bebidas). Saímos dessa estação às 23:20hs.
De repente o tempo abriu e revelou um céu incrivelmente estrelado, a lua iluminava o caminho e nessa hora a lanterna não fazia diferença... paramos e ficamos admirando as estrelas.
Devido a diferença de pressão atmosférica, as embalagens das nossas comidas ficaram completamente estufadas a ponto de quase estourar.
Os efeitos da altitude começavam a se intensificar e agora a gente parava a cada 40 metros para descansar. Aqui começaram as dores de cabeça devido ao ar rarefeito. Mesmo tendo consumido boa parte da comida e bebida, a mochila parecia estar muito mais pesada..
0:30 - chegada a 9ª estação - 3460m de altitude - levamos 1:30hs (tempo médio 30 min), cochilamos 5 minutos, comemos barra de cereal e bolacha salgada, bebemos bebida isotônica. A água aqui custava 500 ienes. O alojamento estava cheio e precisava ser reservado com antecedência, assim como nas outras estações..mas em volta das estações há alguns bancos para o descanso...porém quase sempre estavam ocupados. A nossa sorte é que levamos um isolante térmico e usamos para cochilar no chão. Colocamos gorrinho, o frio estava intenso. Respiramos oxigênio enlatado pq o ar estava rarefeito, as dores de cabeças eram muito intensas.. As 1:10 saímos da 9ª estação. A partir daqui a trilha é muito íngreme e as vezes foi preciso subir apoiando as mãos nas rochas e no chão.
Chegamos a 9,5ª estação - 3590m de altitude - o cansaço era tanto q esquecemos de anotar a hora no caderninho...comemos batatinha frita e barra de calorias, bebemos bebida isotônica - colocamos a calça da capa de chuva. Aqui também o wc só funciona de dia. Uma garrafa de água custava 500 ienes.
Cada estação é na verdade uma casa adaptada com alojamento. Nos meses de neve, os moradores descem e vivem em suas outras casas...
Não sabemos que horas saímos da estação...
Às 3:54 chegamos a 10ª estação - topo do monte fuji - local mais alto do japão - 3776 m de altitude. Aqui, na face oeste, tem um restaurante simples, um alojamento, um posto dos correios e um templo...
O sol começou a aparecer (ou tentar, porque estava nublado) às 4:30...muito vento forte e frio de 3 graus. Tomamos café para aquecer o corpo. Não fomos para a face leste do pico pois o tempo estava muito ruim. De lá mesmo ficamos esperando o sol nascer, mas o tempo não colaborou muito... andamos um pouco até um local mais a frente onde havia pouca gente...quando as nuvens saiam um pouco a galera começava a gritar e festejar...foi um momento especial e inesquecível... alguns russos (eu acho) cantavam e se abraçavam...os japoneses tiravam fotos feito loucos....a gente só ficou admirando aquilo tudo...o ambiente era muito agradável.
Mochileiros, aventureiros, pessoas que fizeram um enorme esforço só para estar lá em cima na hora do sol nascer...esse é o espírito da coisa...indescritível!!!
Cochilamos um pouco, cerca de meia hora...o vento estava muito forte e não encontramos um bom lugar para dormir então dormimos sentados encostados numas pedras ao lado dos banheiros...nessa hora de cansaço, qualquer lugar servia.
Compramos cartões postais e o certificado de conclusão da escalada, mandamos os postais pela agencia dos correios que tem lá em cima...tiramos algumas fotos do portal, da vista lá em baixo, das instalações, do mapa do topo...
Às 7:48 começamos a descer, demoramos 6:30 pra ir do topo até a estação 5.
Na volta capotamos no busão e só acordamos na estação de trem Shin-Fuji. De lá foram mais 2 trens até em casa.
Levamos na mochila: oxigênio suplementar, isolante térmico, 2 lanternas e pilhas reservas, kit de primeiros socorros, barra de cereais, 2 l de água, bebida enriquecida com sais minerais, bolacha salgada, oculos de sol, protetor solar, caderno e lápis, maq fotográfica, filmadora
bastão de trekking, chapéu, capa de chuva, troca de roupa extra, meias reservas, apito e bússola...
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil