Olá, faça o Login ou Cadastre-se

  Conte sua históriaJapinha Ricardo Di Roberto › Minha história

Japinha Ricardo Di Roberto

São Paulo / São Paulo - Brasil
124 anos, músico

Tudo começou com as panelas da mãe


Na infância, eu ouvia as coisas que o meu pai ouvia. Tinha muita música italiana, tradicional, cantores com aquele vozeirão. Roberto Carlos também; todo ano meu pai comprava o disco. Música japonesa, quase nada. Minha mãe tinha uma fitinha que ela tinha ganhado da tia dela. A gente ouvia de vez em quando, achava engraçado. Até o dia em que o meu tio Luiz me apresentou um disco do Kiss. Eu tinha 9 anos de idade. Via aqueles caras pintados, meio circo, e fiquei amarradão. Aí eu comecei a encher meu pai para comprar os discos do Kiss. Eu tinha a discografia completa. Quando eu tinha uns 12 anos, meu tio falou: “Pô, Ricardo, chega de Kiss!”. Então ele me apresentou ao Van Halen, ao AC/DC, ao Deep Purple, ao Pink Floyd. Aí eu comecei a abrir a mente.

Cheguei a estudar um pouco de piano, um pouco de violão, mas não teve jeito. Era bateria mesmo. Foi incentivo da minha mãe. Ela, inclusive, toca acordeom. Está meio enferrujada, mas tocava bastante na juventude. Ela incentivou nós quatro a entrar num conservatório e a aprender algum instrumento musical. Meus irmãos também têm muito jeito com a coisa. Não seguiram por opção. Um hoje trabalha com pesquisa numa rede de supermercados. O outro ajuda meu pai no comércio de ferramentas dele.

Resolvi estudar bateria quando eu tinha 10 anos. Foi por causa dos discos do Kiss. Aquela parafernália de tambores e pratos me atraía. Segundo a minha mãe, eu já tinha uma inclinação percussiva desde criança: eu pegava as panelas dela e ficava batendo no chão. Fiquei um ano estudando bateria sem ter o instrumento em casa. Até que eu torrei a paciência do meu pai para ele comprar uma bateria para mim.

Quando eu tinha uns 15 anos, no colegial, me chamaram para tocar numa bandinha de garagem e foi aí que comecei a fazer apresentações. Assista ao vídeo em que o Japinha conta sobre a sua carreira musical

Eu sempre fui apaixonado por música, mas não tinha certeza se eu queria ser músico. Eu nunca parei de tocar, mas sempre tive um pé atrás em relação à música. Ser músico no Brasil é complicado, ainda mais no rock: de 3 mil bandas que existem, tem dez ganhando dinheiro. Por conta disso, acabei me esforçando nos estudos. Eu me formei em três faculdades. Administração de Empresas e Comunicação Social com ênfase em Turismo eu fiz ao mesmo tempo, uma de dia, outra de noite. E no ano retrasado eu me formei em Sociologia.

É que eu gosto de estudar mesmo. Se eu soubesse o que a minha banda ia virar, eu provavelmente teria feito uma faculdade de música. Mas música sempre foi mais uma coisa de final de semana, um hobby que eu levava a sério. Durante dez anos, a minha vida foi assim: eu trabalhava para poder comprar minha bateria, para pagar a gasolina e ir tocar. Acabei trabalhando em um monte de coisa: já fui bancário, funcionário público, trabalhei com processamento de dados, com adoção de menores, em agência de ecoturismo. Mas, na verdade, acho que as coisas que dão mais certo na vida são os hobbies.

Quando aconteceu, eu tomei um susto. Eu estava trabalhando no Fórum de Justiça, lá na João Mendes, e os caras me ligaram: “Larga tudo aí, pintou um contrato com a gravadora!”. Eu falei: “Você é louco, meu? Tenho 26 anos, ganho razoavelmente bem, como é que eu vou largar?”. Mesmo assim eu teimei: fiquei ainda um ano trabalhando no Fórum, por medo de não dar certo, mesmo com contrato assinado com a gravadora. Veja os clipes das músicas “Além de nós” e “Nossa música”.

Depoimento ao jornalista Xavier Bartaburu
Fotos: Carlos Villalba e arquivo pessoal de Ricardo Di Roberto
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes


Enviada em: 14/05/2008 | Última modificação: 29/12/2017
 
« O elemento zen “Tem japonês no samba!” »

 

Comentários

  1. ZEM @ 18 Mai, 2008 : 23:21
    O elemento ZEN. hehe. Muito legal essas histórias Ric. Adorei as fotos antigas e os cartazes que a Luzia preparou com tanto carinho. FIcou super legal a matéria inteira. A família toda está de Parabéns. Amo todos aí. Obrigado por tudo. Beijão a todos. ;)

  2. Paula @ 29 Mai, 2008 : 20:16
    Oi Japz. Apesar de ser brasileira, sou apaixonada por essa maravilhosa cultura japonesa. Hj meu maior objetivo é me especializar na lingua japanesa. E seguir ao encontro da amada Terra do Japão. Tenho uma grande admiração pelo Brasil, mas sinto que eu tenho uma ligação muito grande com o Japão. Adorei sua historia.Materia ficou sensacional Mil Beijinhos para toda a familia.

  3. Lúú! @ 6 Jun, 2008 : 14:37
    Comeceei a me interessar pela cultura japonesa graças ao Japinha...Minha paixão por coisas e pessoas orientais partiu do dia em que vi ele na TV pela primeira vez! :D

  4. Francielle Drago @ 7 Jun, 2008 : 21:19
    Adoreii a materia, é muito bom saber um pouco mais da historia de vida, de um pessoa q amamos tanto... poder ouvir relatos da sua infancia, ver fotos... Japinha o musico q faz nosso coração bater no compasso da sua bateria, mas alem de tudo o Ricardo, homem q admiramos pela forma de ser e agir. beijos Rick , beijos familia Di Roberto

  5. Akira [-.-] @ 11 Jun, 2008 : 13:34
    Falaaaeee japinha, blz mano!! Cara, massa seu depoimento, parabéns!!!... lendo os textos fica nítido o cara humilde que você é... continue sempre assim. Força, paz e muita saúde véio... você merece!!!!! Abraço, vamo torce muito pro timão hoje a noite.... huhauhauhauha... ae, vou mandar o link pro Nei... ele não deve ter visto... eu entrei por acaso, vi sua foto, acabei me interessando e lendo quase tudo... preciso voltar a trampar, depois eu termino de ver tudo... srrsrs..

  6. Maiara @ 13 Jun, 2008 : 19:27
    Muito bom ! Acho a cultura Japonesa muito rica! Adorei saber um pouco mais sobre ela com os depoimentos do meu grande ídolo! Beijão!

  7. gabriel @ 4 Jul, 2008 : 11:58
    as panelas da sua mãe é boa!

  8. Japa Loko @ 23 Jul, 2008 : 10:52
    Pô bicho ! Que coisa estranha. O último post de tua página foi dia 4 de julho e no entanto tu tá sempre aki na capa. Geralmente neguinho só vem pra frente quando alguém deixa algum comentário ou quando a página é atualizada. A tua tá igualzinha como no início, japa ! Todo dia eu chego aki e vejo tua cara estampada. Ego trip é pouco!

  9. kody yoko @ 11 Ago, 2008 : 10:54
    como se faz uma pipa japonesa?

  10. Japa Loko @ 10 Set, 2008 : 09:33
    O último post de tua página foi dia 11 de agosto (faz quase um mês !) e tu continua aki na capa !!! Vaidade é teu nome, Ricardo ! Jesus ! Ao menos por ora vou te fazer subir pro topo da lista. Depois tu mesmo vai se encarregar disso, né? Fuuuuuuui !!!

  11. leitchan @ 11 Set, 2008 : 00:26
    Talvez sua paixão pela música e festa também venham do lado da sua imê (avó), porque mesmo ela sendo brava, ela era utinanchu (de Okinawa). Nós, os descendentes de Okinawa sempre somos acusados de gostarmos de música, dança, festa, e saquê. Fazer o quê, né? Sucesso!

  12. japa pobre @ 25 Set, 2008 : 02:36
    sou fã dele

  13. Midori @ 6 Out, 2008 : 11:35
    Adorei essa matéria q vc fez,gostei mto do Brasil dar valor a cultura japonesa...aqui no Japão tbm estão fazendo varias homenagens ao 100 anos da imigraçao japonesa.Dia 12 de outubro vão fazer mais uma homenagem,vai ter brasileiros,japoneses dançando samba...tipo carnaval mesmo,e o tema vai ser sobre o algodão,café...etc...Essa matéria mostrou como vc é bem simples e simpatico,dizem q o povo d Okinawa são bem mais amigos,mais alegres,mais divertidos,e mais educados...deve ser por isso q vc é assim,só de ver vc já dá pra perceber o qto vc é simpatico... Bjsss Japinha e á familia!

  14. josefa @ 17 Out, 2008 : 17:33
    por favor, estamos fasendo trabalho escolar para apresentação em comemoração ao dia da imigração japonesa, e precisamos exatamente seu material sobre os imigrantes que se instalaram no parque sao lucas, somos uma classe da escola chediak, e agradeceriamos muitissimo sua ajuda, obrigado, contato urgente para josefa, email josefa@engenatto.com.br.

  15. Raquel @ 20 Jul, 2009 : 04:03
    eu senpre fui fãnsoca da cultura japonesa e chinesa adoro arte marcias, cheguei a fazer 1 ano de karater, e sou fã de bruce lee. anoto no ci sitemasu

  16. Carolina @ 4 Abr, 2010 : 14:38
    Tenho uma ligaçaõ muito grande com o japão nasci no brasil e ninguem da minha familia tem ligação japonesa e eu sinto que o japão é o meu lugar assisto animes e gosto muito inuyasha é o meu favorito criado por Rumiko Takahashi tenho vontade de ir lá só pra falar com ela me respondam por que eu tenho uma ligação tão grande???

  17. Sergio.s.ussui@bol.com.br @ 24 Mai, 2010 : 12:53
    Legal vc ser bem resolvido. já eu, não consigo entender por que nascido no Brasil não sou tratado como brasileiro e se for ao Japão serei considerado estrangeiro.

  18. bruna @ 11 Nov, 2010 : 18:05
    e muito bom se japones eu sou japonessa eu acho legal

Comente



 

 

As opiniões emitidas nesta página são de responsabilidade do participante e não refletem necessariamente a opinião da Editora Abril


 
Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil

Sobre o Projeto | Cadastro | Fale Conosco | Divulgação |Termo de uso | Política de privacidade | Associação | Expediente Copyright © 2007/08/09 MHIJB - Todos os direitos reservados