Conte sua história › Gustavo de Barros Correia Kyotoku › Minha história
Em 1996 meu pai ganhou mais uma bolsa pra realizar outro estágio de pesquisa, dessa vez na Universidade de São Paulo, e ficamos na cidade de São Paulo um ano. Gosto de ir a São Paulo, onde tenho os parentes por parte de pai e me sinto confortável, pois é muito cosmopolita.
Apesar de me sentir bem em São Paulo, quando fui a uma aula de música tive que entregar a um ladrão o único bem que possuía, uma passagem de Metro, e tive que voltar a pé para casa. Não era muito distante, mas minha mãe se preocupou. Isto não me traumatizou, pois em João Pessoa já me levaram um relógio (na época era caro) na frente da escola em que estudava. Recentemente, tive que entregar celulares em Recife e no Rio de Janeiro. Como disseram cinicamente alguns comentaristas, quando roubaram um valioso relógio de Luciano Huck, “faz parte da distribuição de renda”. Pior foi, quando roubaram, perto de casa, um tênis de meu amigo de infância Rodolfo Fragoso, ele teve que voltar de ônibus para casa descalço. Acho que é uma outra razão de tanta gente ir trabalhar no Japão, ou não voltar de lá.
Em 96 quando nós moramos em São Paulo tivemos a oportunidade de estudar japonês, em João Pessoa não havia cursos, usando o método Kumon, mais tarde também iniciamos o Kumon de matemática. Eu acho que não havia muita necessidade, mas devemos agradecer a professora que insistiu, pois ganhamos rapidez, destreza e confiança em matemática. Em relação ao japonês não avançamos muito em relação a fala, mas até hoje consigo ler Hiragana, o suficiente pra cantar em karaokês, e um pouco de Katakana, na época aprendi alguns Kanjis, mas lembro de muito poucos. No Kumon havia uma professora que aprendia japonês e ensinava origami, então tivemos a oportunidade de aprender coisas bem mais complexas, como o caranguejo com as oito patas e as duas pinças (veja foto), antes só fazíamos dobraduras mais simples.
Esse foi um ano bem agradável, sempre andava de patins com Bernardo e Igor, primo da gente, e até hoje mantenho contato com alguns colegas do Liceu Padre Anchieta, que localizava-se na Rua das Rosas, Vila Mariana, onde estudei a sexta série do ensino fundamental, e fiz uma atividade escolar interessante, entrevistar um gari de madrugada (veja foto).
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil