Conte sua história › Gustavo de Barros Correia Kyotoku › Minha história
Em 97 voltamos para João Pessoa, continuei na mesma escola que estudava antes, o Colégio Colibri, onde terminei o ensino fundamental. Continuei fazendo as dobraduras e me arrisquei a fazer algumas dos diversos livros que meu pai havia comprado, antes nem tentava, pois achava que não conseguiria. Quando eu vi que obtive sucesso fiquei bastante satisfeito e nunca mais parei. Um dos que mais gostava é o diabinho (oni) simpático do Jun Maekawa, pois me identifico bastante com ele (veja foto).
Depois que terminei o ensino fundamental, fui para a Escola Técnica Federal da Paraíba, que neste ano havia mudado de nome para Centro Federal de Ensino Tecnológico da Paraíba (CEFET-PB), coisa que as pessoas de todos os CEFET’s do Brasil que estudaram no tempo de Escola Técnica reclama. Não existe tradição neste lado do Atlântico, mudam o nome só por mudar. Lá participei de Olimpíadas de Física, Química e Matemática, apenas em Química obtive algum sucesso, mas acabei não concluindo o ensino médio lá, por causa das greves e o calendário ficou muito atrasado. Terminei o ensino médio no meu antigo colégio onde havia concluído o ensino fundamental.
Meus primos em São Paulo eram escoteiros do Grupo Caramuru e apreciei muito esta atividade, assim em João Pessoa entrei no Grupo de Escoteiro Tamandaré, fiz muitos acampamentos, viagens e caminhadas nos fins de semana. Gostaria de ter ido a um dos “Jamborees”, mas ora havia dificuldades financeiras, meu pai é professor, ora havia as greves dos CEFET’s fazendo que se coincidissem com aulas.
Tocava violino (veja foto) na Orquestra infanto-juvenil da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Por sinal um amigo de meu pai chama João Pessoa de Salzburg do Nordeste, pois Salzburg é uma cidade pequena na Áustria, onde nasceu e cresceu Wolfgang Amadeus Mozart e tem um enorme movimento de música clássica. Aqui ocorre algo semelhante, governo da Paraíba mantém uma Orquestra Sinfônica e a UFPB um Departamento de Música onde se graduou meu amigo de ensino fundamental e médio, Thiago Almeida, violinista da Orquestra Sinfônica de Brasília. Muitos amigos, que sobrevivem no cenário musical brasileiro deram seus primeiros passos musicais aqui, na agradável João Pessoa.
Acho que para a maioria dos jovens, escolher uma carreira é complicado, optei por engenharia química, curso que não tem em João Pessoa, fui estudar em Recife, na Universidade Federal de Pernambuco. O período da faculdade foi muito proveitoso, sempre estudávamos em grupo, o que ajudava bastante no aprendizado. Habitualmente, fazia dobraduras, nesse tempo comecei a fazer origamis super-complexos, impressionando muitos. Entretanto, meu amigo de faculdade, Jean Carlos, que pintava, dizia que fazer cópias era relativamente simples, o complicado é mesmo fazer criações. Este tipo de desafio me inspirou a tentar fazer meus próprios origamis, o máximo que eu consegui foi um mandacaru relativamente simples (veja a foto). Sempre me digo que vou estudar um pouco para poder criar coisas mais complexas, espero ter tempo para fazer isto.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil