Conte sua história › Gustavo de Barros Correia Kyotoku › Minha história
Minhas primeiras lembranças são da Alemanha, devo ter ido pra lá, em março de 1987, ainda bem pequeno, 3 anos, na época éramos meu pai, minha mãe e meu irmão, Bernardo. A minha irmã, Ana Clara, ainda não havia nascido. Nós fomos pra lá porque meu pai fez estágio de pesquisa na Alemanha, numa cidade chamada Tübingen. Por incrível que pareça, foi onde tive meus primeiros contatos com o origami, no Kindergarten, como é chamado o jardim-de-infância lá.
As memórias que tenho da Alemanha são poucas e esqueci completamente a língua, apesar de ter voltado de lá falando fluentemente. Em relação a cultura japonesa, lembro de ficar fazendo dobraduras com meu irmão e minha mãe, nordestina, que ao mesmo tempo que aprendia, estudando o livro da Mari Kanegae, nos ensinava. Assisti, também muitos desenhos animados, alguns eram feitos por desenhistas japoneses, como Heidi, uma história alemã e Sarutobi Sasuke (o título original, em alemão o título é: Der Zauberer und die Banditen).
Esta história de eu ter aprendido origami com minha mãe, nesta idade deve ter facilitado muito o meu desenvolvimento em dobraduras. Conta-se que, Satoshi Kamiya (http://discovermagazine.com/2006/jul/origami/article_view?b_start:int=2&-C=) começou a aprender aos 2 anos de idade também ensinado pela mãe, é claro que sua evolução é completamente diferente da minha, pois ele está mergulhado na pátria do origami. Noto que faço origamis super-complexos (veja foto) sem muita dificuldade a partir das instruções. Quem já se arriscou a fazer dobraduras desse nível percebe que a visualização tri-dimensional dos diagramas não é trivial.
Em 89 voltamos para o Brasil, não lembro a data exata, mas foi próximo ao meu aniversário (veja a foto no Kindergarten), pois lembro de ter comemorado lá e aqui. O retorno eu lembro bem, uma grande quantidade de primos, primas, tios e tias chegando pra falar com a gente numa língua que eu não conseguia mais entender, fazendo perguntas sobre a piscina de plástico que nós tínhamos (de acordo com eles eu e Bernardo respondíamos: plastiqui piscini?) e eu assustado sem conseguir reconhecer ninguém. Quando eu desaprendi o alemão e passei a falar só português eu não recordo. Nesse mesmo ano, em junho, nasceu Clarinha, completando a nossa família.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil