Conte sua história › Toshi Hara › Minha história
Fazendo parte da tradição japonesa, a “Batiam” viveu sempre com o filho mais velho, Sohiti Hara que casou-se com a issei Harue Yaeda, a nora que viveu 56 anos juntas, tendo um relacionamento de mútua ajuda.
Muda-se para Parapuã, que além do cultivo do café, tinha um viveiro, onde vendia plantas ornamentais e frutíferas, mudas de café, enxerto de plantas cítricas.
Na plantação de café,os filhos menores eram carregado nas costas, enquanto aravam a terra, colhiam os grãos de café, peneiravam e secavam em grandes terreiros. Como qualquer imigrante, batalhou e sofreu muito, tendo como comunicação principal, os gestos que diferentemente da sua terra, tinha significados diferentes
Para tentar oferecer estudos para os filhos e netos, muda-se para S.Paulo, chegando a viver com 18 pessoas na mesma casa.
Para nós, a “grande família” a figura de Toshi Hara foi muito importante,onde o respeito aos mais idosos foi preservado, a lealdade e a honestidade ocupavam os espaço em cada minuto vivido. Como ela dizia: “eu tenho 10 filhos, tudo casado e honesto”
Os seus 10 filhos:Tomiko Gondo, 88 anos; Sohiti Hara, 85 anos; Namie Tan, 82 anos; Yayoe Tan, 81 anos; Ikie Muramatsu, 79 anos; Takako Yaeda, 77 anos; Schodi Hara, 74 anos; Sogiro Hara, 71 anos; Diogo Hara, 68 anos; Tojiro Hara, 66 anos, todos vivem com saúde, esperançosos de que a predisposição genética seja um fator da longevidade.
Por causa de sua lucidez invejável e também pelos relatos da nora Harue Yaeda, que também viveu as experiências de uma imigrante que trilhou praticamente os mesmos passos,com muita luta e sofrimento, pudemos resgatar um pouco de sua história, antes do final de seus dias..
Falava o essencial,ditas com muita profundidade e sabedoria no momento certo, fazia com que suas palavras como “arigatô!”; “ é preciso respeitar”; “está tudo muito bom”; “não fale mal do próximo, antes de olhar para si mesmo” calasse profundamente as pessoas que a rodeavam. E com isso , conseguiu ser respeitada e amada por todos, deixando a sensação, para nós, que o tempo que ela viveu foi muito curto.
Viveu 89 anos no Brasil, amando e considerando este país como sua terra, com a palavra: “valeu a pena ter vivido”.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil