Conte sua história › Chieko Aoki › Minha história
Eu levava uma vida normal no Brasil, parecida com a que tinha no Japão. Estudava bastante, pois meus pais se dedicavam muito à educação dos filhos. No Japão, aos três anos de idade, eu já estava na escola. Estudava caligrafia, pintura, balé e canto. Quando viemos ao Brasil, meus pais quiseram que eu continuasse aprendendo tudo isso. Só não continuei o canto. Fazia tantas coisas que não tinha tempo para ficar pensando se era feliz ou não. Não sei se criança é feliz estudando. Acho que me divertia quando parava de estudar e pensava: “Ainda bem que acabou, agora quero ir brincar!”.
Era uma época em que não havia muitos brinquedos, mas lembro que meus pais criavam brinquedos japoneses para nós. Tinha um que era o otedama, um conjunto de saquinhos que a gente enchia e jogava de uma mão para outra.
Passados os dois anos obrigatórios na agricultura, viemos para São Paulo e nos instalamos no bairro da Aclimação. Meus pais sempre me deram liberdade de escolher o que eu queria estudar, desde que o fizesse seriamente. Quando estava no ginásio, eu quis aprender inglês na União Cultural Brasil-Estados Unidos. Provavelmente era a escola mais cara, porque era a mais bem conceituada. Mas eu, criança, nem perguntei. Pedi e meus pais me colocaram lá. Depois eu também quis fazer música. Assim, houve uma época em que eu fazia curso de secretariado, de inglês, de música e, à noite, o colegial (hoje ensino médio). E estudava japonês também. Eu estudava o dia inteiro e dormia muito pouco.
Depoimento à jornalista Chiaki Karen Tada
Edição: Chiaki Karen Tada e Renata Costa
Vídeos: Estilingue Filmes
Fotos: Carlos Villalba e Arquivo Pessoal
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil