Conte sua história › Nádia Sayuri Kaku › Minha história
Com apenas um ano de nihongakkou nas costas e 20 anos de idade nas costas, conheci o arquipélago há um ano atrás. Fui fazer arubaito em Chiba, numa pequena cidade que ninguém conhece chamada Omigawa. As lembranças da fábrica são as que menos ficam. Mas aquela força inexplicável que o Japão exerce nas pessoas acho que nunca vou perder.
Logo que você sai do aeroporto de Narita, já dá para estranhar a mão contrária de direção. E as portas que abrem todas para fora. Tudo ao contrário, ou em extremos.
Nas ruas, modelos esportivos enormes dividem a rua com carros compactos, que apitam quando se está dando ré. As portas dos lugares também apitam, ou até falam. As máquinas de bebidas nas esquinas também fazem barulho ou conversam com você.
Os transportes (trens, ônibus) são rigorosamente pontuais. Se o ônibus chegar antes do horário, espera parado no outro lado da rua antes de passar na frente do ponto. Você recebe nota fiscal em tudo o que compra, e o imposto transforma a lojinha de hyaku en (cem ienes) em hyaku go en (105 ienes).
Os semáforos de cidades apitam quando estão abertos. Os de Kyoto, tocam uma música meio triste. É para alertar os deficientes visuais.
Em Omigawa, às vezes, parecia que começava a escurecer às 4 da tarde. A luz era diferente, você percebe muito nas fotos. O cheiro também muda. Mas não sei explicar como.
No apaato que eu morei, não havia quase móveis. O chão é serventia da casa, mas para mantê-lo limpo é preciso deixar o sapato no genkan. Cadeiras fazem falta a partir do momento em que você não alcança a última prateleira da armário de sua sala-cozinha. Mas o aquecedor de água, é claro, também faz barulho.
Os combinis são uma facilidade que você se acostuma fácil. Nada melhor do que pegar a bicicleta de madrugada e não ter medo de ir comprar um bentô na esquina. Se bem que é difícil entender o que o vendedor diz.
O Japão encanta por várias maneiras. Seja o trânsito que funciona, as bebidas de máquinas, ou os chocolates que não enjoam. Educação é a regra maior. E a segurança e a organização estão sempre presentes em todos os lugares.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil