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Hoje eu penso: que pena que não sei falar, ler e escrever em japonês! Tantos filmes, livros, revistas a serem explorados, infelizmente indecifráveis para mim!
Quando era criança, minha mãe chegou a me sugerir que estudasse japonês. Mas eu disse que não queria. E ela aceitou minha decisão. Acho que, no fundo, ela não fazia questão que eu aprendesse japonês, não. Porque se realmente quisesse, teria me forçado a ir às aulas - como ela me obrigou a ir por anos e anos à escola Cultura Inglesa (apelidada por mim de Tortura Inglesa).
Minha mãe tinha obcessão para que eu dominasse a língua portuguesa com perfeição. Comprava pilhas de livros para mim, todo mês. Acho que funcionou bem, pois hoje trabalho como jornalista.
Quando entrei na faculdade, em 1995, me matriculei na Aliança Cultural Brasil-Japão. Até o ano passado, estava estudando com uma professora particular, mas a verdade é que não consegui sair do nível básico ainda. Consegui passar no teste do Noryoku Shiken 3 e ganhei muitos elogios da minha professora querida, Kazuko Umehara. Mas foi apenas por generosidade dela, pois a verdade é que eu sei menos que uma criança japonesa de 5 anos de idade....que deprê! Pior é fazer a prova ao lado de um monte de pirralhos, que estão lá somente por obrigação (e acertando tudo).
Sim, eu não avanço porque não estudo tanto, mas também porque a língua é difícil mesmo, pelo menos para os adultos de QI mediano. Duvida? Então tente e depois me conte.
Pelo menos me conforta entender um pouco das letras das músicas japonesas ou compreender os diálogos de filmes do Takeshi Kitano, um dos meus diretores preferidos. Também me traz alegria entender um pouco do que minha avó materna, Toyo, diz. Pretendo retomar meus estudos de "nihongo" para conseguir absorver melhor a cultura japonesa. Nem que seja pela ginástica cerebral!
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil