Conte sua história › Kátia Arima › Minha história
Quando era adolescente, perdia horas tentando enrolar meu cabelo. Muitas amigas descendentes de japoneses faziam o mesmo: apelavam para o permanente, usavam bobs, compravam mousse fixante. Mas, para nossa tristeza, mal dava tempo de chegar à festa que o cabelo já estava liso de novo. Dava vontade de chorar!!
Além de não aceitarem os cabelos lisos, muitas japinhas tinham complexo dos olhos pequenos. Faziam a cirurgia de "ocidentalização", só para fazer uma dobrinha na pálpebra! Pior foi minha tia, que cometeu o absurdo de colar um durex na minha pálpebra, alegando que, com isso, eu ficaria com os olhos mais bonitos.
Quem diria: hoje tá cheio de mulher fazendo escova progressiva, chapinha, escova. E tem que fugir da garoa! Eu, desleixada que sou, acho ótimo ter uma cabeleira tão prática!
Quanto aos olhos, hoje minhas pálpebras têm as tais dobrinhas, que não existiam quando eu era criança! Mas garanto que não fiz cirurgia plástica! E muito menos foi efeito do durex que minha tia colou! E não faltam japas bonitonas para levantarem a moral da mulherada de olhos puxados.
Meus cílios são curtos, ok. Não adianta nem tentar um curvex. Mas não preciso me preocupar tanto com depilação, como a maioria das mulheres. Não, as botas de cano alto não fecham, por causa das panturrilhas gordinhas. E quem disse que preciso delas? Definitivamente, hoje eu não brigo mais com meu visual japa.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil