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Há 30 anos, almoçamos todos os domingos na casa da minha mãe. Nós nos reunimos por volta de 13h, depois vamos emendando um café, outro, até escurecer. A Tomie não gosta que ninguém vá embora antes disso. Quando os meus filhos eram adolescentes, imagino que esses encontros eram um pouco aborrecidos. Hoje eles gostam muito, fazem questão de ir. Nessas horas é que saem questões sobre os familiares e sua adaptação ao Brasil. (Assista ao vídeo em que Ruy conta mais detalhes sobre os almoços de domingo).
Não sei exatamente qual o componente da cultura japonesa e da cultura brasileira na minha vida. Cada nissei é uma mistura. Meu irmão e eu, por exemplo, apesar de criados da mesma forma, com a mesma convivência familiar, somos muito diferentes. Eu casei três vezes e nenhum deles foi com nisseis porque minha convivência maior é com não-descendentes de japoneses. Apenas 5% dos projetos que fiz foram para a comunidade japonesa. Em dois casamentos tive filhos: Rodrigo e Elisa. A Elisa tem cara de mestiça. Passou um verão no Japão para estudar butô, como parte de sua formação artística. Já o Rodrigo é mais aberto à cultura japonesa, mas seus hábitos são totalmente brasileiros.
Depoimento à jornalista Juliana Almeida
Fotos: Carlos Villalba e arquivo pessoal de Ruy Ohtake e Tomie Ohtake
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil