Conte sua história › Renato de Faria Cavalheiro › Minha história
Minha relação com a Cultura Japonesa começou na minha infância, em uma época além do alcance de minha memória. Segundo minha mãe, eu tinha grande prazer em assistir um antigo animê chamado aqui no Brasil de “Patrulha do Espaço”.
Conforme cresci e comecei a estudar, descobri que sentia curiosidade e afinidade pelas crianças que tinham os olhos puxados e os cabelos pretos, espetados e lisos.
Como tanto eu quanto essas crianças costumávamos ser tímidos, era difícil fazermos amizade. Mesmo assim, alguns amigos e amigas que tive nessa época descendem dos homens e mulheres que, em alguns navios, enfrentaram o desafio de cruzar a Terra e participar de uma cultura estranha em busca de melhores condições de vida.
Depois desses primeiros contatos pessoais e conforme conheci os filmes da série “Star Wars”, que já na infância descobri ser um pouco inspirado em histórias de samurais, os filmes de luta como o Karatê-Kid e os filmes do Bruce Lee, os seriados “Super Sentai”, como Changeman e Jaspion, entre outros, e um animê intitulado “Robotech”, comecei a realmente me interessar por essa cultura tão distante.
Anos se passaram e, seguindo o crescimento de meu interesse pela cultura nipônica, cresciam também minhas descobertas acerca dela.
Primeiramente, uma grande amiga do início de minha adolescência era descendente de japoneses que, inclusive, morava com a tia enquanto os pais estavam no Japão, para onde ela foi algum tempo depois. Graças a ela tive meus primeiros contatos diretos com a língua japonesa, os mangás e as coisas japonesas em geral.
Depois disso, eis que a extinta T.V. Manchete tem a brilhante idéia de investir em animês, e traz para o Brasil os Cavaleiros do Zodíaco, cujo estrondoso sucesso levou várias redes de televisão a seguí-la. Desse momento do século passado em diante, eu estava definitivamente fadado a me envolver com a Cultura Japonesa, até que a morte nos separe.
Desde então, tenho cada vez me envolvido mais profundamente com a Cultura do Japão em suas mais variadas manifestações, sejam elas no campo das artes, da música, da literatura, da dança, do teatro, do folclore, do cinema, entre outros, sem esquecer, é claro, das inúmeras manifestações e modos de vivenciar a Cultura-Pop que a “Terra do Sol Nascente” apresentou ao mundo.
Hoje, tenho grande prazer e orgulho por ser um estudioso do milenar, amplo e denso arcabouço sócio-cultural que caracteriza o Japão, seus Filhos, Filhas e Cultura, os quais, cada vez mais, se esforçam para apresentar ao mundo o que esse povo tem de mais belo e universal.
Que o intercâmbio entre Brasil e Japão seja torne-se ainda mais extenso e engrandecedor, vindo a comemorar ainda muitas e muitas centenas de anos, contribuindo para que não apenas esses dois povos tão distantes conheçam-se e compreendam-se melhor, mas também para que sua integração atinja tamanho sucesso que possa servir de exemplo para que as distâncias entre os povos desse planeta sejam cada vez menores.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil