Conte sua história › Helio Takai › Minha história
Eu me lembro claramente da minha infância em Assaí, no estado do Paraná. Em 1960 com dois anos de idade a minha família mudou-se de Bastos, SP para Assaí, PR. Fui residente em Assaí até os meus 10 anos de idade. Assaí na época era uma cidadezinha muito pequena (acredito que ainda seja pequena) que tinha uma população grande de japoneses. O próprio nome vem do japonês Asahi. Fiz o Jardim de Infância na escolinha da Igreja e me lembro bem da Professora Kiyomi. Também me lembro do Jardim de Infância e tenho fotos da formatura. Uma coisa que me lembro muito bem sorbre o Jardim de Infância é que colecionava gafanhotos no meu bolso e para o desespero da minha mãe trazia-os para casa. Depois, fui cursar o meu primário. Isto foi na Escola Princesa Izabel. Izabel com Z que até hoje me lembro. A Escola era fantástica. As memórias da escola ainda estão bem vívidas. Me lembro de várias ocorrências. Uma é que comecei a colecionar cristais, que a gente encontrava num terreno adjacente à escola. Era como fossemos à mata virgem. Me lembro de uma sala de aula com goteiras. Tantas goteiras que precisavamos todos mudar para um lado da sala para ficarmos seco. Me lembro das botas que usavamos quando chovia. E também me lembro das nossas aulas. Apesar de ter aprendido a ler e escrever, e aritimética, o que me lembro mais são as aulas de arte onde chegamos a fabricar um coelho de páscoa. Assaí era uma cidade pacata onde brincávamos na rua e como brincávamos. A nossa televisão só pegava um canal, o canal 3 de Londrina e em horário limitado. Era uma cidade muito boa de se morar e acredito que ainda esteja o mesmo. Me lembro do estádio de beisebol que o meu pai nos levava para assistir os jogos. Lembro da Igreja e dos casamentos. Me lembro do rio Tibagi onde iamos nadar. Me lembro das mangueiras onde íamos pegar mangas, e quantas! Porém, o fato mais marcante na minha infância em Assaí foi o fato de poder observar estrêlas. Da porta da cozinha que nos levava para o quintal podia todas as noites claras observar a Via Láctea, e milhões de outras estrelas. E a estrêla Dalva que era um espetácula a parte. Me lembro de um eclipse total onde as galinhas que tinhamos foram dormir, e cometas que observei a olho nu. Hoje eu tenho certeza que isso me levou a seguir a carreira de Físico Nuclear, cientista.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil