Conte sua história › Márcio Keiti Hiramoto › Minha história
Taí um tópico que queria colocar desde o início, como homenagem às duas pessoas mais valiosas de minha vida... tantas coisas para contar para organizar em algumas linhas. Parecia fácil, na teoria...
Começando com um clichê: sem eles eu não estaria aqui, né? E o que sou hoje sempre teve a influência deles, direta ou indiretamente. Tenho defeitos como qualquer um, mas tudo o que pode se considerar como boa qualidade, é certamente por causa deles.
Não tínhamos tudo o que queríamos, mas nunca nos faltou nada do que precisávamos. Com certeza, tivemos muito mais do que mereciámos, principalmente até nos tornarmos adultos.
Meu pai trabalhava muito. Na granja, muitas vezes não tinha horário. Como encarregado de manutenção, por muitas vezes teve que sair de madrugada, debaixo de chuva, para resolver problemas de falta de energia elétrica ou quebra de alguma máquina que não podia parar. É uma pessoa simples, sem preocupações com aparência, moda ou coisa do tipo e que adorava pescar. Honesto ao extremo, por muitas vezes foi ameaçado por pessoas que se aproveitavam da confiança no cargo que exerciam, pois sempre respeitou muito os donos da Ito. Mesmo com pouco estudo, falava de forma articulada e correta, isso sem dizer que sabia coisas que a vida lhe ensinou que a escola não nos passa precisamente. Acho que uma das decepções dele foi a de que eu odeio pescar... mas pelo menos no resto somos muito parecidos. Uma coisa que me falou várias vezes e não esqueço: "No trabalho, sempre trabalhe, não faça corpo mole, dê o máximo de si. Mesmo que seja para varrer o chão, faça direito e bem feito."
A minha mãe, a Dona Maria, essa me influenciou bastante! Afinal, ficava a maior parte do tempo com ela, até antes da adolescência. Já apanhei muito de chinelo dela, mas merecidamente. Ela conversava muito com a gente e sabia usar de psicologia quando necessário. Um dia, inclusive, fingiu que ia embora de casa para ver se parávamos de brigar. Ela sempre ameaçava, mas nunca saía. Daquela vez, saiu. E que susto nós tomamos. Éramos pequenos e choramos sem parar, até que ela voltou, minutos depois. É certo que as brigas continuaram, mas aquilo marcou. Fisicamente, dizem que pareço mais com ela. Ela me passou também algumas manias (boas). Eu e minhas irmãs temos um certo gosto por leitura e por desenho, que provavelmente foi influenciado pela minha mãe, que na juventude desenhava muito bem. Hoje até os meus sobrinhos tem um certo dom para desenho, sabem?
Uma coisa é certa: quando eu tiver os meus filhos, espero poder ser tão bom pai como eles foram comigo. Pelo menos, terei orgulho de falar dos avós.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil