Conte sua história › Márcio Keiti Hiramoto › Minha história
A gente só dá o devido valor às coisas quando elas já são passado.
Até a minha ida ao Japão, em 1991, vivi na granja Ito de Hortolândia.
Tive mais boas recordações do que más. E valorizo tudo aquilo que passei nesse período, pois até hoje aproveito o que aprendi por lá.
Nasci em Campinas, mas aprendi a andar, falar, chorar, gritar, a ter e fazer amigos, a valorizar o caráter, lá na granja, no antigo distrito de Hortolândia, hoje município.
Quando criança queria morar na cidade, vivia enchendo a minha mãe sobre isso. Já adolescente, achava ruim pela dificuldade em poder sair, pois não tínhamos muitos horários de ônibus e a granja era mesmo um pouco isolada. Ir ao cinema ou à alguma festa, era ficar dependente dos pais, de carona e de horários. Bom, se bem que a grana era curta também...
Amigos, tive muitos, principalmente na época em que viviam muitas famílias de nikkeys na Ito. Nas férias, era diversão pura, jogando bola, bets (ou taco), volei e beisebol, descendo o gramado com papelão, andando de bicicleta. Era muito espaço para se divertir.
Embora já não tenha contato com a maioria, lembro de muitos: Katsumi, Yoshio, Waltinho, Celso, Ricardo, Juca, Matio, Hermes, Hariyoshi, Koiti, Akira, Dú Sato, Lauro, Tini, Kazu... fora os que vinham de fora, treinar beisebol aos domingos com a gente. A imagem que me vem à mente é a da época de crianças. Hoje, adultos, não sei se os reconheceria facilmente.
Fui um privilegiado, pois durante esse período muita gente gostava de mim e me ajudou bastante. Principalmente quando comecei à trabalhar no escritório. Eu era um garoto, 15 anos, meio sem noção de muita coisa do trabalho. Aprendi muita coisa graças à compreensão e paciência de muita gente. Sou grato à todos os meus amigos e colegas de trabalho desse tempo.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil