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O entusiasmo com o Brasil

Vim ao Brasil na barriga da minha mãe, Tomi, em 1928. Ela acompanhava meu pai, Seisak, que era comerciante e veio para cá para avaliar o mercado brasileiro. Moramos por cerca de um ano em Botucatu, cidade onde nasci.

Meu pai se entusiasmou com o Brasil e logo voltou ao Japão, para fechar sua loja de cereais que tinha na cidade de Kuwana, na província de Mie. No centro de São Paulo, na avenida São João, ele abriu uma loja de produtos variados. Mas o negócio não deu certo, pois ele não sabia falar português e foi facilmente enganado.

Depois, ele abriu uma fábrica de pasta de dente e fósforos. Perdeu tudo de novo. Fomos morar no porão de uma casa na rua Conde de Sarzedas, na Liberdade. Era a casa de uma italiana, que chamávamos de “titia”. Ela nos ajudou muito.

Meu pai passou a viajar bastante, para vender mercadorias em diversas cidades. Ele chegava a ficar 2 meses fora de casa. Assim, a situação financeira da nossa família melhorou. Por isso, quando tinha 7 anos, pude começar a freqüentar uma escola de língua japonesa cara, que ficava na rua São Joaquim, onde hoje está o Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa).

Depoimento à jornalista Kátia Arima