Conte sua história › Kimi Nii › Minha história
Minha escultura predileta? Ah, cada um é um filho... Tem coisas que fiz há 28 anos. Logo no começo não dava muita técnica... Criei uma linha de vasos que de lado parecem de perfil e de frente são chapados. Só o fato de ser cerâmica de alta temperatura chama a atenção. Se fosse um pote tradicional... Fiz desenho industrial na FAAP, sempre trabalhei na área da criação. Na faculdade tive bons professores, no ciclo básico de dois anos era tudo junto, Artes Plásticas, Comunicação Visual e Desenho Industrial. Não tinha oficina cerâmica naquele tempo, agora tem marcenaria e tudo. Sabe que dou aulas lá, né? Um professor chamado Manlio Rizzente me passou o conceito de desenho industrial. Outros professores importantes foram Eurico Prado Lopes e, de Artes Plásticas, Donato Ferrari. Fiz técnico de dietética em 1967. A gente era obrigado a fazer estágio em hospital, fábrica, escola e creche, e não gostei nada da idéia. Aí mudei e fiz cursinho para prestar arquitetura. A única coisa que sei que gosto é arte. Desde criança no Japão existe aula de Arte, da mesma forma que Matemática, Língua Japonesa, Sociologia e Ética Social. Aprendi na escola o que fazer se encontrar uma carteira no chão. Vim para o Brasil, passei mal, todo mundo era esperto...
Quando a gente era criança, tinha muito mangá com judoca, uma filosofia de valores. Eu pensava, não vou fazer isso, questionava os valores. Tinha uns personagens sem escrúpulos... Mas isso mudou. Como na literatura, nas artes, as coisas vão sendo transgressoras.
Depoimento à jornalista Patrícia Patrício
Fotos: Chi Qo e arquivo pessoal de Kimi Nii
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil