Conte sua história › Fernanda Takai › Minha história
A primeira vez que eu fui ao Japão, em 2005, foi como turista, para visitar o meu irmão que fazia pós-graduação lá. Eu e meu marido John compramos passes de trem para viajar livremente com meu irmão. Eu queria conhecer o dia-a-dia dos japoneses. Meu irmão nos levou a vários lugares, como o alojamento da faculdade onde ele estudou e os restaurantes baratinhos onde costumava freqüentar.
O que me impressionou mais no Japão foi a dualidade de ser um país moderno e, ao mesmo tempo, tradicional. Nas ruas, a gente viu desde gueixas tradicionais até jovens com figurinos esdrúxulos. Todas as diferenças convivem na maior harmonia (veja o vídeo em que a Fernanda fala sobre suas impressões do Japão).
Eu me ressenti muito de não ter aprendido japonês quando era mais nova. Eu me senti analfabeta no Japão! Quando comentava com as pessoas que eu era neta de japoneses, havia uma alegria no primeiro momento, “que legal, então você fala japonês”, e depois vinha a decepção deles ao saber que eu não falava o idioma. Eu sentia um pouco de vergonha. Por isso, quando voltei ao Brasil, decidi estudar japonês!
O nosso trabalho no Japão ainda é muito inicial. Todos nós artistas que procuramos uma janela lá no Japão, o espaço ainda é muito pequeno se comparado aos artistas japoneses. A gente começa a ser conhecido primeiro mesmo na comunidade brasileira que está morando lá.
Mas tem um grupo de japoneses que gosta muito de música brasileira. Eles gostam tanto que até estudam português pra falar com a gente. Achei tão simpático.
Cantei em um desfile de moda lá no Japão com o estilista Ronaldo Fraga. Nós representamos a moda brasileira lá. Eu cantei músicas da Nara Leão, que é o repertório do meu disco solo (Onde Brilhem os Olhos Seus, 2007). A Nara é uma das artistas brasileiras mais conhecidas no Japão. A repercussão do meu trabalho na imprensa japonesa foi grande (assista ao vídeo em que Fernanda canta “O Barquinho” em japonês). Depois lancei o meu disco solo lá, com um encarte todo traduzido para o japonês. E tem uma faixa bônus em japonês também. Ao mesmo tempo, lançamos também o nono disco do Pato Fu (Daqui pro Futuro, 2007). A gente fez uma série de pocket shows em lojas, cafés, boates e até em um templo budista. Mas não conseguimos levar toda a banda. A logística é muito cara. Mas espero um dia poder levar todo mundo pra lá, inclusive minha filha, que gosta de cultura japonesa. Ela já me disse que quer conhecer o Japão e aprender japonês.
Depoimento à jornalista Sílvia Amélia de Araújo
Fotos: Eugênio Sávio e arquivo pessoal de Fernanda Takai
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes
As férias de infância na casa dos avós japoneses
30.000 Pés (Fernanda Takai/John Ulhoa). Disco: Daqui Pro Futuro. Selo: Rotomusic/Tratore
Mamã Papá (Fernanda Takai/John Ulhoa/Rubinho Troll). Disco: Daqui Pro Futuro. Selo: Rotomusic/Tratore
Vagalume (Fernanda Takai/John Ulhoa). Disco: Daqui Pro Futuro. Selo: Rotomusic/Tratore
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil