Conte sua história › Roberto Shinyashiki › Minha história
Na nossa casa sempre tem comida japonesa. Recentemente passamos férias nos Estados Unidos. De dez dias, apenas em um não comemos comida japonesa. Minha esposa não é descendente de japoneses. Ela é psicóloga, nós trabalhávamos juntos e começamos a namorar. Meus hábitos japoneses são menos rituais e muito mais na maneira de ser. Sou muito japonês quando está um caos na minha vida e decido ficar quieto um tempo. É uma coisa muito introspectiva, meditativa, um momento em que paro para pensar. Lembro que meu pai dizia: “se você tem dúvidas sobre o que vai fazer, fica quieto um pouco, espere passar o calor da emoção”.
Acabei de fazer um doutorado na USP [Universidade de São Paulo]. Fazer isso aos 50 anos, sendo presidente de uma editora, fazendo palestras pelo planeta e escrevendo livros, não é muito simples. Durante cinco anos, eu precisei bloquear os domingos e acordar às quatro e meia da manhã durante a semana para estudar. Fiz tudo isso com disciplina e determinação bem japonesas.
Outra característica minha é ser introvertido. Quem me vê fazendo palestras para duas, três mil pessoas, acha que eu sou totalmente extrovertido. Muito pelo contrário! Quando eu quero descansar, não vou ao jantar com o pessoal após um evento. Volto para o hotel e presto atenção na minha respiração. Quando fui para o Japão estudar, tive a oportunidade de praticar o zen-budismo.
Depoimento à jornalista Juliana Almeida
Fotos: Carlos Villalba e arquivo pessoal de Roberto Shinyashiki
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes
Quem mandava na família era a avó Kayer
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil