Conte sua história › Roberto Shinyashiki › Minha história
Minha família era apaixonada por futebol. Os jogos lá em casa eram freqüentes. Então as brincadeiras que lembro são ligadas a isso. Quando íamos para a casa do Tio Gordo e do Tio Magro, invariavelmente havia uma grande partida de futebol, em que todos os garotos entravam. No começo eu ficava fora ou era café-com-leite porque era um dos primos mais novos, já que meu pai era o caçula. Havia uma competição entre meus tios para ver o filho de quem jogava melhor.
Tenho um irmão chamado Eduardo, que jogava muito bem e até foi treinar no Pumas do México. Ele era especialmente valorizado. O mundo do futebol era tão forte que ficava a impressão de que as meninas tinham uma vida muito aborrecida, que elas não brincavam, porque não jogavam futebol.
Havia uma relação forte com a música também. Os japoneses gostam muito de cantar, tinha primas que tocavam piano. Sou apaixonado por música, até hoje toco guitarra na banda de rock Dinossauros, mas a música japonesa não me marcou muito. Como qualquer garoto, eu amava os Beatles e os Rolling Stones.
Essa integração com o mundo japonês ficou muito forte na minha vida, tanto que, apesar de eu ser um católico fervoroso, tenho um oratório xintoísta em casa, outro no escritório e todo dia procuro rezar e agradecer para meus pais e meus antepassados, que já faleceram.
Meu pai marcou muito minha vida, foi um exemplo de paciência e compreensão, mas era muito fechado em seus sentimentos. Quando cheguei aos meus 19 anos, fiquei muito rebelde com ele. Um terapeuta disse que eu precisava demonstrar o amor que eu sentia por ele. E me deu uma tarefa: dizer “eu te amo” para meu pai. Foi difícil, mas eu consegui (veja mais detalhes sobre esta história no vídeo ao lado’”.)
Depoimento à jornalista Juliana Almeida
Fotos: Carlos Villalba e arquivo pessoal de Roberto Shinyashiki
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes
Quem mandava na família era a avó Kayer
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil