Conte sua história › Emilie Sugai › Minha história
Meu nome é Emilie Takeushi Sugai e faço parte da terceira geração de imigrantes japoneses. Tenho mais três irmãos: o mais velho chama-se Hyron, depois vem a Julieta Yuri e a Geni. Convidei meu pai, Hyron Sugai, para me ajudar a contar como foi a vinda dos meus avós paternos para o Brasil. Depois falarei um pouco sobre a família da minha mãe, sobre a qual temos menos informações.
Meus bisavós paternos tinham uma fazenda de gado na ilha de Hokkaido, no Japão. Meu avô, Teiji Sugai, ajudava meu bisavô na fazenda. Então, quando ele veio para o Brasil, para fugir da crise econômica japonesa, foi encaminhado para Goiás para exercer essa atividade com os três irmãos. A carne que eles produziam lá era fornecida para o quartel do exército local. Ele chegou na segunda leva de imigração japonesa, que viajou no navio Ryojun-Maru, em 1910 (veja os vídeos que mostram detalhes sobre a história da família de Emilie).
Minha avó, Fumiko Sugai, veio alguns anos depois, como turista. Filha de um famoso jornalista japonês, ela foi para a Primeira Aliança, em Mirandópolis. Mais tarde conheceu meu avô. Ela trabalhou primeiro como linotipista, porque tinha conhecimento dos caracteres japoneses. Depois se mudou para Pinheiros. Foi fundadora da escola Lar das Crianças, na década de 1950. A escola foi bem importante para a comunidade japonesa porque levava aos descendentes o aprendizado da língua e da cultura japonesa. Funcionou até ela adoecer e depois meu pai usou durante algum tempo como academia de artes marciais. Hoje está desativada.
Além da escola, minha avó Fumiko também preparava as noivas para o casamento, dando orientações gerais de comportamento.
Minha mãe, Aiako Takeuchi, veio com 11 anos para a cidade de Suzano, no interior de São Paulo, onde minha avó materna, Kimii Takeuchi, tinha um sítio com plantação de batatas, depois morangos e, finalmente, flores. Foram eles que introduziram o cultivo de morangos e de flores em Suzano. Kimii viveu até os 96 anos. Minha mãe é professora de Ikebana e deu aula no Lar das Crianças, onde meus pais se conheceram. Casaram em 1959, no estilo ocidental. Depois do casamento dos meus pais, meu tio, irmão do meu pai, que morava no Brasil, foi apresentado à minha tia, japonesa, por “miai”. Eles trocaram cartas e fotografias até o dia em que ela veio para o casamento.
Depoimento à jornalista Juliana Almeida
Fotos: Everton Ballardin e arquivo pessoal de Emilie Sugai
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes
As amizades na infância e na adolescência
Trilha sonora do espetáculo Totem
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil