Conte sua história › Roberto Meizi Agune › Minha história
Caracterizado pela abundância e exuberância natural, o Japão salienta-se entre as grandes potências, cuja tecnologia e grau de desenvolvimento são hoje, um dos esteios mundiais. Oriunda dessa terra tradicional veio estabelecer-se no Brasil, a Família Agune (a grafia original do nome é Akune, mas, devido a erro ortográfico no registro da documentação no Brasil, foi transformado em Agune), a quem se deve preciosa parcela no contexto do desenvolvimento agrícola brasileiro.
Kunio Agune nasceu em 10 de outubro de 1898, em Kagoshima, Japão, filho de Kintaro Akune e Waca Akune. Aos 18 anos, imigrou para o Brasil, desembarcando no Porto de Santos em 1917. Aí chegando, seguiu para Avaré, interior do Estado de São Paulo, para trabalhar como colono em uma fazenda nos arredores da cidade. (foto: Kunio em Kagoshima – Japão – 1915)
Aurélia Maria (Panegalli) Agune, nasceu em 08 de fevereiro de 1908, na cidade de Itaí, Estado de São Paulo. É filha de Carlos e Mercedes Panegalli, italianos que chegaram ao Brasil por volta de 1900, oriundos de Mantova, cidade no norte da Itália próxima a Verona, para trabalharem como colonos em uma fazenda próxima à cidade de São Paulo. Devido aos maus tratos sofridos, a família fugiu para a cidade de São Paulo e depois para Itaí, município vizinho a Avaré-SP. Nestas cidades, Carlos e o filho mais velho (Batista) puderam exercer sua real profissão: pedreiros. Trabalharam, entre outras obras, na construção da Estação da Luz e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Mais tarde, a família instalou-se, definitivamente, em Avaré.
Em Avaré, Kunio aprendeu rapidamente a ler e escrever a língua portuguesa. Como também dominava perfeitamente o idioma japonês, o jovem imigrante logo adquiriu posição de destaque junto à colônia. Nesta ocasião, tornou-se amigo de um médico também japonês, que vivia em Avaré (Dr. Daian), passando a freqüentar sua residência.
Em 1924, durante uma festa de aniversário na casa do médico, Kunio conheceu Aurélia, com quem se casou em dois de abril de 1925, apenas no civil, pois, ele era budista, recusando-se a casar-se na Igreja Católica. Dessa união tiveram os seguintes filhos: Yolanda, nascida em 23 de dezembro de 1925; Nelson, nascido em 15 de abril de 1927, e falecido em 1929. Maria Heloisa, nascida em 23 de julho de 1928; Mario, nascido em 1930; Maria de Lourdes, nascida em 5 de julho de 1931 e falecida em 1931; Jorge, nascido em 30 de maio de 1933; Elza, nascida em 23 de abril de 1936; Ricardo, nascido em 3 de novembro de 1939; Carlos, nascido em 6 de julho de 1942; Roberto Meizi (representante da família neste capítulo de nossa história), nascido em 29 de setembro de 1947; Luiz, nascido em 6 de agosto de 1949 e Antonio Celso, nascido em 18 de agosto de 1951.
À época de sua união, Kunio e Aurélia não encontraram forte resistência junto à colônia japonesa, em função da inexistência de pressão familiar direta, uma vez que a família dele no Brasil era constituída apenas por alguns primos distantes. Antes de seu casamento, Kunio respeitou o período de luto, de acordo com a tradição japonesa, devido ao falecimento de sua mãe no Japão, fato que muito o abalou, pois seu grande sonho era retornar à terra natal para rever a mãe.
Pouco tempo depois, o casal mudou-se para Avaré, onde Kunio passou a trabalhar como assistente do médico amigo. Ao lado do Dr. Daian, viajou muito pelas cidades vizinhas e fazendas próximas, o que contribuiu para ampliar e estreitar os laços de amizade junto à colônia japonesa e a outros imigrantes que viviam na região. Nessa época Aurélia e Kunio eram muito solicitados pelos amigos para se tornarem padrinhos de seus filhos, mas, o pároco de Avaré não permitia, já que eles não eram casados na Igreja. Assim, no Natal de 1927, Kunio aceitou ser batizado com o nome de Carlos e, em seguida teve seu casamento realizado na Igreja Católica.
Juntamente com o amigo, Dr. Daian arrendou terras próximas a Avaré e iniciou uma plantação de algodão. As boas safras de algodão logo permitiram que ele deixasse de trabalhar com o médico e iniciasse seu próprio negócio. Associando-se ao primo José Agune que tinha chegado ao Brasil há pouco tempo, arrendou terras da família Mesquita, dando início ao cultivo do algodão em Avaré. Após uma grande safra que lhes rendeu bons lucros, os primos-sócios dividiram os ganhos: o primo José seguiu para o Japão para rever a família, enquanto Kunio decidiu instalar um armazém de secos e molhados em Avaré.
Em 1930, porém, a família Agune transferiu-se para Rancharia-SP. Dentre as várias razões que condicionaram Kunio a esta decisão, o desgosto causado pelo falecimento de seu segundo filho (Nelson), no ano anterior, aos dois anos de idade, em São Paulo, foi determinante. Sua morte abalou profundamente o casal, pois, Nelson era o primeiro filho homem da família, fato de fundamental importância, de acordo com os valores culturais japoneses. Yolanda a primogênita e Maria Heloisa, a caçula, compunham as filhas do casal, na ocasião.
Em Rancharia, Kunio instalou um novo armazém de secos e molhados, passando a comercializar, pouco tempo depois, roupas e tecidos. Logo a seguir, constituiu nova sociedade com o primo José que retornou do Japão, casado e despojado da maior parte da pequena fortuna que levara. Desta vez, passaram a ser compradores de algodão da região, comercializando o produto com a empresa Votorantin, que lhes cedia os caminhões para o transporte da mercadoria.
Nesta época Kunio caçava cobras venenosas na região e as enviava para o Instituto Butantã em São Paulo em troca de soro antiofídico, vacina para combater as mordidas de cobras, muito freqüentes no trabalho nas lavouras da região, salvando a vida de inúmeros trabalhadores.
O êxito, porém neste ramo de negócios não se repetiu. Ao lado disto, as crescentes ameaças de confisco dos bens dos estrangeiros no País, no final da década de 30, fizeram com que Kunio e José vendessem todos seus bens na cidade e procurassem outra alternativa. Decidiram, então, arrendar terras na área rural para se dedicarem ao cultivo do algodão. Só nessa época que ambos juntaram esforços para a instalação de um campo de testes, aprimorando e desenvolvendo o chamado algodão de fibra longa, destinado à exportação, cujo principal comprador era o Japão. Em maio de 1933 associa-se a Cooperativa Agrícola de Cotia, tendo recebido a inscrição de número 629. (foto: Kunio em Rancharia, São Paulo, 1935)
Esta iniciativa e o empenho empreendido por Kunio durante anos mereceram reconhecimento público, através da Declaração que lhe foi conferida pelo Prefeito Municipal de Rancharia, Dr. Benedito Martins Barbosa, na qual atesta que o Sr. Kunio Agune residiu na cidade de Rancharia no período de 1930 a 1937, onde exerceu suas atividades como comerciante, lavrador, colonizador e incentivador da indústria algodoeira de Rancharia, sendo o pioneiro do presente surto algodoeiro da região e o principal contribuinte no desenvolvimento econômico do Município. Declarou ainda ser o Sr. Kunio cidadão honesto e correto, muito estimado por todos, merecedor das melhores referências de todos os rancharienses.
Todavia, durante a Segunda Guerra Mundial, as exportações de algodão foram suspensas e o preço do produto caiu. Com isso, grande parte das safras naquele período foi perdida. Kunio viu-se então, obrigado a recorrer a Dom Vittorio, italiano rico e influente da região, que lhe emprestou dinheiro a juros tão altos que para saldar suas dívidas, foi necessário vender todos os seus bens, incluindo ferramentas agrícolas, únicos instrumentos de trabalho da família.
No início dos anos 40, mudou-se para São João da Boa Vista com a família, instalando-se na Fazenda Pedregulho, onde desenvolveu o plantio de arroz, milho e melancia. Após boas safras desses produtos conseguiu obter recursos para a compra de um sítio próprio, em local mais distante, porém, ainda dentro dos limites do Município de São João da Boa Vista. Em pouco tempo, transformou a área adquirida em lavoura próspera, despertando a cobiça dos amigos donos da área que a queriam de volta. Embora estivesse pagando regularmente as prestações, o caso terminou indo para a Justiça e, Kunio, estrangeiro, japonês, “inimigo” dos aliados, perde seu sítio e, mais uma vez viu-se obrigado a desfazer-se de todos os seus bens.
Novamente despojado, mudou-se para uma cidade próxima Águas da Prata – São Paulo, onde arrendou uma área de várzea, até então considerada inaproveitável para o cultivo. Pouco tempo depois, adotando técnicas simples de irrigação e drenagem, transformou-se em uma excelente lavoura de batatas.
Até essa época, a família Agune era constituída por sete filhos, quatro dos quais homens; Yolanda a filha mais velha, contava com 18 anos e Carlos, o caçula, nascido em Águas da Prata, com apenas um ano.
Em 1943, o filho Jorge, aos 10 anos de idade, começou a apresentar problemas de visão. O médico local apenas orientou o tratamento à base de compressas de água quente, que, logicamente, não surtiu efeito. Kunio levou então o filho ao famoso Centro Oftalmológico da época, na cidade de Campinas-SP, onde submeteu o filho à cirurgia e a longo tratamento. Infelizmente, porém, não houve chances de recuperação, fazendo com que a criança perdesse a visão de um de seus olhos. Durante o período de tratamento, que durou dois meses, Yolanda, a irmã mais velha, assiste ao irmão, em Campinas, residindo temporariamente, em uma pensão.
Nessa ocasião, Yolanda conhece Mitsuo Yamada, imigrante japonês que também se encontrava instalado na mesma pensão. Passado um ano, sem que nesse intervalo de tempo Yolanda tivesse tido outro contato com Mitsuo, Kunio recebe, em Águas da Prata, a família Yamada que vem formalizar o pedido de casamento do jovem Mitsuo com Yolanda. O enlace concretizou-se no dia 29 de dezembro de 1945, de acordo com os rituais tradicionais japoneses e oficializou-se somente no civil. A partir daí, o jovem casal arrendou terras próximas às de Kunio, dedicando-se também à lavoura.
De sua parte, nessa mesma ocasião, Kunio enfrentou novos problemas em relação à posse das terras que arrendara. A área de várzea, agora transformada em terra fértil, valorizou-se muito, até porque estava localizada próxima à cidade. Planos de construção de moradias no local foram um dos expedientes utilizados pelo proprietário para tentar expulsá-lo da área. Sob a justa alegação de não abandonar as terras, especialmente em época próxima à colheita, Kunio assistiu estarrecido à destruição total de sua plantação de batatas, provocado pela invasão e travessia intencional de uma manada de gado. Desesperado, recorreu à Justiça, mas novamente, perdeu a causa.
Como estrangeiro e japonês era obrigado a obter sua Caderneta de Salvo Conduto na Delegacia de Ordem Política e Social para que pudesse realizar qualquer viagem. Mas apesar de todos os contratempos sempre manteve o retrato do Imperador do Japão em sua casa, pois mantinha o sonho de um dia voltar à sua terra natal.
Mais uma vez, sem contar com as mínimas condições de se manter trabalhando na cidade, Kunio e sua família arriscam instalar-se em outra localidade, mudando, em 1946, para a cidade de Poços de Caldas, Estado de Minas Gerais. Passado um ano, para surpresa do casal já que a esposa Aurélia havia feito operação para não mais ter filhos, nasce seu décimo filho Roberto Meizi, aos 29 de setembro de 1947 (representando o pai neste capítulo de nossa história). A seguir o nascimento de seus dois últimos filhos Luiz em 6 de agosto de 1949 e Antonio Celso em 6 de agosto de 1951. Roberto Meizi realiza um dos sonhos de Kunio que era ter filhos na universidade, e em 1968 ingressa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e atualmente (2008) é Coordenador do Grupo de Apoio Técnico a Inovação da Secretaria de Gestão Pública do Governo do Estado de São Paulo. (foto: Aurélia e Kunio, bodas de prata em Poços de Caldas – MG, 1950)
Nos arredores da cidade de Poços de Caldas, Kunio arrendou uma chácara, dando início à produção de verduras e legumes, além da criação de porcos e galinhas e da construção de um tanque destinado à criação de carpas. Toda sua produção passa a ser comercializada junto ao mercado central e aos inúmeros hotéis da cidade e sua plantação de tomates é conhecida em toda região.
Para ajudar no orçamento doméstico – afinal a família nesse momento contava com nove filhos – sua esposa Aurélia, aproveitando os tomates não selecionados para a venda e obedecendo a receita da culinária italiana, iniciou a produção de massa de tomate caseira, a qual logo passou a ser integralmente adquirido pelo melhor hotel da cidade na época, o Palace Hotel.
No início da década de 50, Kunio tenta realizar sua idéia de transformar a chácara em mais uma atração turística da cidade, voltada, principalmente, à colônia japonesa no Brasil: a instalação de um jardim no estilo japonês, não faltando as tradicionais cerejeiras. Após várias tentativas, conseguiu autorização junto ao Consulado, em São Paulo, para o recebimento das mudas de cerejeiras diretamente do Japão. Todavia, encontrou fortes resistências por parte da Prefeitura de Poços de Caldas, tendo seu plano inviabilizado.
Na segunda metade da década de 50, a baixa produção da chácara, provocada pelo enfraquecimento da terra, e a destruição do tanque de carpas por um forte temporal, determinaram a vinda de Kunio e dos filhos adultos para a cidade de São Paulo, na segunda metade da década de 50, uma vez que os recursos advindos da chácara não mais eram suficientes para o sustento da família.
Em São Paulo, aproveitando seu vasto conhecimento na área agrícola, associou-se a Dona Rosa Neves, antiga amiga da família, fundando a Agune & Neves Cia. Ltda., pequena fábrica de bombas d’água destinadas, principalmente, à irrigação. E, em 1958, juntaram-se a Kunio os demais membros da família que tinham ficado em Poços de Caldas. Depois de um início promissor, a fábrica de bombas entrou em concordata, sendo fechada em 1960, após a morte de sua sócia. A partir daí os filhos adultos assumem a responsabilidade do sustento da família e Kunio, mesmo com mais de 60 anos, continuou trabalhando esporadicamente em pequenos serviços.
Em julho de 1962, conseguiu sua habilitação de motorista (número 507.982 e prontuário 717.742), passando a trabalhar como vendedor ambulante de geradores a gasolina fabricados pela Honda viajando pelo interior dos Estados de São Paulo e Paraná, visitando as fazendas que não contavam com energia elétrica.
Em 1968, retornando do trabalho, quando dirigia sua Toyota na Via Anchieta, Kunio sentiu-se mal e, ao chegar em casa sofreu o enfarte seguido de derrame cerebral que paralisou todo o lado esquerdo de seu corpo. Apesar dos esforços médicos, nos próximos onze anos, é obrigado a permanecer em uma cama praticamente imobilizado.
Ao longo deste período, sempre acompanhado pela esposa Aurélia, Kunio lutou pela vida. Vida que agora lhe reservava apenas o papel de espectador do desenrolar das vidas que criara: - o casamento dos filhos e o nascimento dos netos – Yolanda Agune Yamada casou-se com Mitsuo Yamada (falecido), com quem teve os filhos: Toyoki, Shizue Aparecida, Nelson Onório, Alberto Shigueo e Wilson Roberto; Mário Agune (falecido em 2002) casou-se com Angelina Amaral (falecida) com quem teve os filhos: Célia Maria, Mario Júnior, Sonia Regina e Marcos Massau; Jorge Agune casou-se com Take Agune, com quem teve os filhos: Cláudia, Mônica e Marcelo; Ricardo Agune casou-se com Beatriz de Oliveira, com quem teve os filhos: Carla e Sérgio; Carlos Agune casou-se com Kimi Agune, com quem teve os filhos: Kyoshi e Keiko; Roberto Meizi Agune casou-se com Maria Aparecida de Carvalho, sem filhos; Luiz Agune casou-se com Sonia Agune, com quem teve os filhos Fernando e Gustavo; e Antônio Celso Agune casou-se com Márcia Carvalhaes, com quem teve os filhos: Felipe e Danilo; - o casamento dos netos e o nascimento dos bisnetos: Toyoki Yamada casou-se com Elizabeth Yamada com quem teve os filhos Fernando e Renata; Shizue Aparecida casou-se com Wilson Baragati, com quem teve os filhos: Daniel (falecido) e Daniela; Nelson Onório casou-se com Arlete Yamada, com quem teve os filhos: Carlos Eduardo, Telma e Victor José; Alberto Shigueo casou-se com Fátima Yamada com quem teve o filho Carlos Alberto; Célia Maria casou-se com Marco Antonio Pelozo, com quem teve os filhos Fernanda, Victor e Gabriela; Mário Junior casou-se com Karina Leal com quem teve o filho Gustavo e está atualmente casado com Anelise Pinheiro Agune; Sonia Regina casou-se com Humberto Leôncio Pelozo e teve os filhos André, Artur e adotou o Davi; Marcos Massau casou-se com Gisela Lopes e teve o filho Gabriel; Claudia casou-se com Arnaldo César Videira com quem teve os filhos Pedro e André; Mônica teve os filhos Larissa com Fady Aníbal Vasques Rodrigues e Gustavo com Valdemir Baleiro; Carla casou-se com Valter José das Dores Jr. com quem teve os filhos Lucas e Anne Helena; e Sérgio teve o filho Arthur com Stela Morelli.
Kunio pode ainda acompanhar com imensa satisfação e orgulho o ingresso dos três últimos filhos à universidade e suas formaturas: Roberto Meizi como arquiteto na USP, Luiz como administrador de empresas na PUC-SP e Antonio Celso como administrador público na FGV-SP.
A abnegação e dedicação da esposa (falecida em janeiro de 2002) que sempre o acompanhou nas alegrias e nas tristezas e das filhas Maria Heloiza, Yolanda e Elza marcaram este longo período que ficou imobilizado contemplando a vida. Vida que soube lidar com maestria, inteligência e, acima de tudo, coragem. Vida que ainda lhe permite uma nobre capacidade: a da reflexão. E, certamente, nesses longos onze anos Kunio refletiu muito: sua trajetória... O Japão distante que nunca mais pôde rever... sua própria família... as alegrias... as adversidades... os amigos... seus projetos e planos... as cerejeiras... as sementes....
Tal qual uma semente de cerejeira, Kunio chegou ao Brasil. Nem sempre encontrou condições favoráveis para seu pleno desenvolvimento. Mas, frutificou. Restou a ele, no decorrer do longo período que antecedeu à sua morte, contemplar e admirar o jardim de cerejeiras que tão bravamente criara. Serenamente, com só as cerejeiras, dentre todas as árvores, merecem. Kunio Agune faleceu em 18 de junho de 1979, em São Paulo.
Infelizmente não pode acompanhar o casamento dos bisnetos: Renata casou-se com Marcos Solbux e o nascimento de seu primeiro tataraneto Lucas Mitsuo, filho de Telma com Daniel Martina.
E hoje, pelo bravo batalhador que foi, e, sobretudo, pela têmpera altruísta que revestiu sua atuação, temos aqui registrado no site da Abril no Centenário da Imigração Japoneza a memória de Kunio Agune que, através de suas sementes deixadas em solo brasileiro, a Família Agune é, hoje, tão brasileira, quanto japonesa.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil