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Não conhecia, até hoje, a história de meus bisavós maternos, que chegaram ao Brasil no Manira-Maru no ano de 1939. Na verdade, nem sabia como era o rosto de meu bisavô. Minha geração não conhece essa história, por isso é preciso refletir. Procurar descobrir.
Quando soube que daria uma entrevista para o site Abril no Centenário da Imigração Japonesa, fui pesquisar com meus pais, Eiji e Satsue, e minha avó, Hide, pois tinha pouca informação. Aí é que comecei a sentir a importância dessa data do centenário da imigração japonesa no Brasil, para todos nós. Descobrimos os documentos de entrada dos meus bisavós, por parte de mãe, Kiyoshi e Bum Sato, no Porto de Santos, em 1939. Vieram juntos com quatro filhos naquele navio cargueiro e tiveram mais quatro filhos no Brasil. Fotos antigas surgiram, revelando um passado que estava parado no tempo.
Meu pai contou a história sobre o pai dele, Shin-Ichi, e seu avô, Kutaka, que fugiram da guerra (2° Grande Guerra Mundial) no Japão, para vir ao Brasil. Conseguiram escapar um pouco antes de todo o resto da família ser dizimada. Chegando aqui no Brasil, foram para a cidade de Pereira Barreto, em São Paulo. Mais uma vez, meu bisavô escapou da morte ao cruzar com o grupo de extermínio de japoneses chamado “Shindo Renmei” na cidade de Tupã (veja detalhes desta e de outras histórias no depoimento em vídeo).
A verdade é que se eu estivesse no lugar deles, naquela época, acho que não sobreviveria. Um país quente demais, pouca comida e muitas doenças. Minha avó paterna, por exemplo, morreu de doença de chagas.
Depoimento ao jornalista José Alberto Lovetro
Fotos: Everton Ballardin e arquivo pessoal de Fábio Yabu
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes
Fábio conta como sua avó materna Hide se casou pela tradição miai (casamento arranjado)
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil