Conte sua história › Yoshiko Sano › Minha história
Casamos em 1940 e fomos morar com a minha sogra e cunhados e suas respectivas famílias. Não sei como cabia todo mundo naquela casa. Eu tinha vinte anos de idade e dois enteados-sobrinhos (Kazue – 2 anos e Plínio – um mês). O Plínio, teve Mal de simioto (de simio = macaco) é o nome popular, em algumas regiões do Brasil (MT, MS, GO) da desnutrição causada em crianças pequenas por alergia ao leite de vaca ou a incapacidade de digerir o mesmo. A doença aparece normalmente quando o aleitamento materno é substituído por leite de vaca em pó. Muitas vezes o intestino de um bebê não produz as enzimas necessárias a digerir a lactose de origem animal. Normalmente desaparece com a volta ao aleitamento materno ou por ama-de-leite ou substituição por outro tipo de alimento a critério médico. A desnutrição é uma doença de causada por dieta inapropriada, hipocalórica e hipoprotéica; também pode ser causada por má-absorção ou anorexia. Tem influência de fator social, psiquiátrico ou simplesmente patológico, dos seis meses aos quatro anos, minha irmã estava ruim da cabeça, às vezes dava de mama e às vezes não dava. Ele nasceu forte, mas ficou pele e osso, até que uma noite o médico disse, se ele conseguir tomar água a noite toda, ele tem chance de sobreviver. Quando eu o pegava no colo, nem o sentia mais… Ele sobreviveu e hoje está com 67 anos.
Depois de um tempo, os irmãos do meu marido foram para Fernandópolis, verifique a história que meu cunhado conta em http://japao100.abril.com.br/perfil/313/ . Nós ficamos em Onda Verde para tomar conta da casa. Mas, não demorou muito, nos mudamos para Osasco.
Meu irmão morava e tinha um armazém em Osasco. Viemos passear e vimos um terreno que estava a venda e acabamos comprando.
Em 1956, o Plínio, meu enteado com dezesseis anos, veio antes para construir o armazém. Depois nós viemos, eu, meu marido (Tsunehiro Sano), minha enteada (Carmem Kazue), meus filhos (Mário Tsuneyoshi, Bernardo Tsuneyo, Helena Hiroko, Natalino Yoshitsune e Alice Tomie).
O armazém era de secos e molhados, vendia atacado e varejo, tinha muita variedade. Atendíamos uma grande redondeza, tudo na bicicleta e no carrinho de mão, tínhamos uma frota de bicicletas, as entregas eram feitas pelo meu enteado e meus filhos, enquanto os menores estavam na escola. O meu irmão Saburo vendeu seu armazém e se mudou para outro bairro, cobrimos a região toda. Se pensar em como era a vida das crianças antigamente. Hoje, é tudo bom demais!
Eu ajudava no armazém, cuidava das crianças, fazia comida, eu assava seis frangos e acabava tudo em um dia. Trabalhávamos muito, minha perna é ruim porque fiquei em pé demais.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil