Conte sua história › Ronaldo Hidemi Ono › Minha história
Quando eu tinha 17 anos, um professor bravo do colégio me disse: "você vai ser técnico em eletrônica ou jogador de beisebol, escolha." Eu falei para ele que seria jogador de beisebole e repeti o ano por faltas, que não foram abonadas pelo professor.
Eu estudava na Escola Técnica Federal de São Paulo (atual Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo), que não era muito fácil. Tinha acabado de entrar na seleção brasileira adulta de beisebol e fazia viagens internacionais, como para o Peru, onde disputei o campeonato sul-americano 1990, por isso faltava muito no colégio.
Comecei a treinar beisebol aos 5 anos de idade. Morava no Jaguaré, na zona oeste de São Paulo, e joguei na Acenbo (Associação Cultural e Esportiva Nipo Brasileira de Osasco), até completar 14 anos.
Meu primeiro técnico foi Massahiko Fujita, um japonês muito tradicional. Ele me "adotou", era quase um filho para ele. Nas minhas férias, ele me pegava para treinar mais forte. Me fazia dar pulos de "sapinho", saltos com uma perna só, por todo o campo. Tinha uma descida íngreme, que eu também precisava encarar, na ida e na volta. Era duro!
Meu pai trabalhava no Ceasa, num box de legumes, e lá tinha muitos japoneses que levavam os filhos para treinar na Acenbo. Meu avô paterno, Gosuke, e meu pai, Koji, sempre gostaram de beisebol. Uma vez contaram para mim que haviam perdido uma colheita por causa de um torneio de beisebol entre amigos, quando viviam em Lavínia (SP) e trabalhavam na lavoura de algodão.
Em casa, falávamos em japonês. De manhã, eu ia ao nihongakko (escola de língua japonesa). Eu gostava, era um bom aluno. Mas preferia conversar a escrever. Por isso, sempre ficava em primeiro nos concursos de oratória.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil