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  Conte sua históriaRyoki Inoue › Minha história

Ryoki Inoue

São José dos Campos / São Paulo - Brasil
78 anos, escritor

Brasil e Japão


Minha mãe era portuguesa (advogada e professora de filosofia, grego e latim). Por isso, os costumes nipônicos não eram tão inculcados na minha mente e na de minha irmã. Comecei realmente a me interessar pela cultura japonesa e pelos costumes de meus antepassados quando estava já no ginásio.

Mas, na fazenda de meus avós, sempre havia festas japonesas com muita gente, muita comida. Hoje em dia, a Nicole, minha esposa e que é francesa, é adepta irrecuperável de comida japonesa e até aprendeu a fazer sushi, sashimi e outros pratos típicos. Uma parte importante da minha formação nipônica, eu adquiri no judô e no caratê, que pratiquei desde os sete anos de idade até cinco anos depois de sair da Faculdade de Medicina.

Além de Nicole, minha família é constituída pelo meu filho Georges, que é webdesigner (criador do meu site e de muitos outros); minha nora, Patrícia e a netinha, Caroline, que é a luz da casa. Todos admiramos e seguimos muita coisa da cultura japonesa. Tanto que estou escrevendo uma série de livros de bolso sobre samurais e isso me obriga a estudar um pouco mais, a cada livro, sobre os hábitos ancestrais.

Acho que eu não seria quem eu sou e muito menos teria chegado ao que sou se não fosse a cultura japonesa. Ensinamentos básicos orientaram efetivamente o meu comportamento diante de situações, aprendi a ter paciência, perseverança e força de caráter. Tenho passado isso para meu filho, com sucesso e espero que sobre alguma coisa para a neta.

Por incrível que possa parecer, nunca tive oportunidade de conhecer o Japão. Claro que gostaria muito de ir... Escrevi para os dekasseguis brasileiros a pedido de uma empreiteira de mão-de-obra, e criei uma espécie de James Bond mestiço, o Mário Kiyoshi Nogaki, e quatro títulos sobre ele foram levados para o arquipélago. Venderam cem mil exemplares. Pena que essa empreiteira fechou e, por isso, a série foi descontinuada. Estou escrevendo novos títulos com esse personagem para um sistema de downloads na internet (www.cultvox.com.br ), que deve estar disponível a partir de março de 2008.

Para o futuro, pretendo continuar lançando dois romances grandes por ano e, de permeio, produzir várias séries de novelas menores com o intuito de revitalizar o livro de bolso no Brasil e incrementar a leitura de livros digitais. Para o Centenário, gostaria de participar mais... Acho que posso acrescentar coisas, afinal, sou o único nikkei (sansei) que figura no Guinness, na área cultural. E, principalmente, acho que sou um bom exemplo de que a miscigenação funciona...

Mais informações: www.ryoki.com.br e www.ryokiproducoes.com.br


Enviada em: 08/02/2008 | Última modificação: 06/07/2010
 
O escritor que mais publicou livros no mundo »

 

Comentários

  1. Luci Suzuki @ 9 Fev, 2008 : 07:59
    Sr. Inoue, viver coerente com a própria filosofia de vida e seus princípios requer energia moral e convicção de poucos. Transformar essa escolha em grandes feitos, ainda que involuntário, é ainda mais surpreendente. É muito confortante saber que há profissionais que, de fato, vivam de suas produções amplas e variadas no estreito e excludente mercado editorial. E o melhor, sem alardes e auto-promoções, de cujos artifícios, muitos auto-atribuídos escritores se sustentam, com produtos quase sempre auto-financiados. É invejável também que possa fazê-lo circundado por um ambiente salutar e de qualidade como esse, de sua escolha. Esta, também para poucos. Um abraço, Luci

  2. Márcia Y. Takeda @ 11 Fev, 2008 : 06:53
    Acessei o seu site e fiquei muito feliz que nós temos um Georges Simenon, com reconhecimento da crítica internacional. Nós no Japão precisamos de boa leitura em português também, com novos títulos de qualidade e variedade. Aguardo ansiosa o seu livro "Saga", que meu tio pretende me trazer do Brasil no mês que vem. Parabéns pelo Guinness! Márcia

  3. Elisa K. @ 26 Abr, 2008 : 13:31
    Uma trajetória brilhante aliada à coerência filosófica e integridade moral, sr. Inoue. E congratulações pelo Guinness, ainda que involuntário. Elisa.

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