Conte sua história › Ryoki Inoue › Minha história
Minha mãe era portuguesa (advogada e professora de filosofia, grego e latim). Por isso, os costumes nipônicos não eram tão inculcados na minha mente e na de minha irmã. Comecei realmente a me interessar pela cultura japonesa e pelos costumes de meus antepassados quando estava já no ginásio.
Mas, na fazenda de meus avós, sempre havia festas japonesas com muita gente, muita comida. Hoje em dia, a Nicole, minha esposa e que é francesa, é adepta irrecuperável de comida japonesa e até aprendeu a fazer sushi, sashimi e outros pratos típicos. Uma parte importante da minha formação nipônica, eu adquiri no judô e no caratê, que pratiquei desde os sete anos de idade até cinco anos depois de sair da Faculdade de Medicina.
Além de Nicole, minha família é constituída pelo meu filho Georges, que é webdesigner (criador do meu site e de muitos outros); minha nora, Patrícia e a netinha, Caroline, que é a luz da casa. Todos admiramos e seguimos muita coisa da cultura japonesa. Tanto que estou escrevendo uma série de livros de bolso sobre samurais e isso me obriga a estudar um pouco mais, a cada livro, sobre os hábitos ancestrais.
Acho que eu não seria quem eu sou e muito menos teria chegado ao que sou se não fosse a cultura japonesa. Ensinamentos básicos orientaram efetivamente o meu comportamento diante de situações, aprendi a ter paciência, perseverança e força de caráter. Tenho passado isso para meu filho, com sucesso e espero que sobre alguma coisa para a neta.
Por incrível que possa parecer, nunca tive oportunidade de conhecer o Japão. Claro que gostaria muito de ir... Escrevi para os dekasseguis brasileiros a pedido de uma empreiteira de mão-de-obra, e criei uma espécie de James Bond mestiço, o Mário Kiyoshi Nogaki, e quatro títulos sobre ele foram levados para o arquipélago. Venderam cem mil exemplares. Pena que essa empreiteira fechou e, por isso, a série foi descontinuada. Estou escrevendo novos títulos com esse personagem para um sistema de downloads na internet (www.cultvox.com.br ), que deve estar disponível a partir de março de 2008.
Para o futuro, pretendo continuar lançando dois romances grandes por ano e, de permeio, produzir várias séries de novelas menores com o intuito de revitalizar o livro de bolso no Brasil e incrementar a leitura de livros digitais. Para o Centenário, gostaria de participar mais... Acho que posso acrescentar coisas, afinal, sou o único nikkei (sansei) que figura no Guinness, na área cultural. E, principalmente, acho que sou um bom exemplo de que a miscigenação funciona...
Mais informações: www.ryoki.com.br e www.ryokiproducoes.com.br
Recente entrevista
As opiniões emitidas nesta página são de responsabilidade do participante e não refletem necessariamente a opinião da Editora Abril
Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil