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Ryoki Inoue

São José dos Campos / São Paulo - Brasil
78 anos, escritor

O escritor que mais publicou livros no mundo


Escolhi a medicina porque meu pai era médico e eu sempre gostei (possivelmente influenciado) de biologia, e essas coisas que lidam com a vida. Eu imaginava que seria um médico como meu pai, mas descobri que os tempos mudaram e, com ele, o conceito de médico.

O médico deixou de ser respeitado, principalmente no que concerne à parte material. Cansei de brincar de garça em junho de 1986, quando o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social) me pagou o equivalente a US$300 por 132 cirurgias realizadas em um período de dois meses. E cortou, sem nenhuma vergonha, cirurgias como bala no tórax, facada no tórax, esmagamento de tórax, dizendo que não eram cirurgias de urgência... Daí, simplesmente desisti e passei a fazer a outra coisa que sabia fazer, ou seja, escrever.

Na verdade, comecei a escrever porque desisti de exercer a medicina e precisava sustentar a família e, como o que eu recebia por um original de pocket-book era muito pouco, precisava escrever muito para poder manter o padrão financeiro. Daí, quando percebi, tinha passado o recorde do Guinness da pessoa que mais tinha escrito e publicado livros no mundo! Eu sequer desconfiava que existia esse tipo de coisa. Quem me alertou para o fato foi o Eduardo Rômulo Bueno, que naquela época (1991) trabalhava no jornal Estadão.

Escrevi muito... Quando fechei um contrato com a Abril, em 1992, tinha prazo para entregar os originais e precisei escrever três livros por dia durante quase um mês... Isso gerou uma reportagem de capa no Wall Street Journal, em que o jornalista Matt Moffett sentou-se ao meu lado para comprovar que eu era capaz de escrever um romance policial em seis horas. Esse romance foi publicado pela Editora Olho d’Água e teve uma boa repercussão (a reportagem completa está no meu site: www.ryoki.com.br).

Eu jamais trabalhei visando figurar no Guinness, escrevia porque precisava. Mas, é claro que, depois de ser reconhecido pelo Guinness, muitas portas se abriram.

Mais informações: www.ryoki.com.br e www.ryokiproducoes.com.br


Enviada em: 08/02/2008 | Última modificação: 06/07/2010
 
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Comentários

  1. Luci Suzuki @ 9 Fev, 2008 : 07:59
    Sr. Inoue, viver coerente com a própria filosofia de vida e seus princípios requer energia moral e convicção de poucos. Transformar essa escolha em grandes feitos, ainda que involuntário, é ainda mais surpreendente. É muito confortante saber que há profissionais que, de fato, vivam de suas produções amplas e variadas no estreito e excludente mercado editorial. E o melhor, sem alardes e auto-promoções, de cujos artifícios, muitos auto-atribuídos escritores se sustentam, com produtos quase sempre auto-financiados. É invejável também que possa fazê-lo circundado por um ambiente salutar e de qualidade como esse, de sua escolha. Esta, também para poucos. Um abraço, Luci

  2. Márcia Y. Takeda @ 11 Fev, 2008 : 06:53
    Acessei o seu site e fiquei muito feliz que nós temos um Georges Simenon, com reconhecimento da crítica internacional. Nós no Japão precisamos de boa leitura em português também, com novos títulos de qualidade e variedade. Aguardo ansiosa o seu livro "Saga", que meu tio pretende me trazer do Brasil no mês que vem. Parabéns pelo Guinness! Márcia

  3. Elisa K. @ 26 Abr, 2008 : 13:31
    Uma trajetória brilhante aliada à coerência filosófica e integridade moral, sr. Inoue. E congratulações pelo Guinness, ainda que involuntário. Elisa.

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