Conte sua história › Ryoki Inoue › Minha história
Meus avós conseguiram trazer um pouco de dinheiro, o que facilitou bastante o início de vida para eles. Inicialmente foram para o noroeste do Paraná (onde meu pai, Ryoma Inoue, nasceu) e depois, compraram uma fazenda em Cerqueira César (SP). Essa fazenda, apesar de grande, não tinha boa aguada e eles se mudaram para Cotia, com o objetivo de plantar batatas.
Meu pai se formou médico, meu tio, advogado (Gervásio Tadashi Inoue, que foi o presidente que mais tempo ficou à testa da Cooperativa Agrícola de Cotia), e as duas irmãs casaram-se com agricultores, a mais velha, Haruko, foi para Bragança Paulista e a mais nova, Nobuko, foi para Caucaia.
Meus pais, Carlos Ryoma Inoue e La Salette Alpoim Inoue, se conheceram em Campos do Jordão (SP). Ambos foram tuberculosos. Meu pai era médico de todos os sanatórios de lá e minha mãe lecionava francês e português em um colégio estadual (hoje, a escola onde ela dava aulas chama-se FUNCAMP). A família de minha mãe, cujo sobrenome é Arruda Camargo, era formada por cafeicultores e pecuaristas bem tradicionais. O relacionamento entre meus pais e ambas as famílias foi bastante complicado na época.
Depois de casados, eles andaram por várias cidades, mas principalmente Ribeirão Claro (PR), Cerqueira César (SP) e Cotia (SP). Meu pai também clinicou em Taubaté (SP) e em Brasília (DF). Aposentado, mudou-se para Piúma (ES). Ao lado da medicina, ele sempre lidou com a agricultura, seguindo os passos de meu avô, com a diferença que a sua paixão era a pecuária de corte. Meu tio sempre ficou em São Paulo, pois desde sempre esteve ligado à diretoria da Cooperativa de Cotia.
Eu nasci em 1946, ou seja, no pós-guerra imediato e minha irmã, em 1948. Hoje ela mora nos Estados Unidos. Posso dizer que as lembranças da minha infância são muito boas e que guardo muitas saudades daquela época. Eu sempre estudei em São Paulo, mas em todos os finais de semana e nas férias, eu ia para a fazenda, em Taubaté ou em São Luiz do Paraitinga. Daí a minha paixão pelo campo e, por isso, minha opção em morar em Gonçalves (MG), onde ainda posso tomar leite diretamente da vaca, conheço pessoalmente o porco que foi assado e as verduras são todas orgânicas.
Mais informações: www.ryoki.com.br e www.ryokiproducoes.com.br
Recente entrevista
As opiniões emitidas nesta página são de responsabilidade do participante e não refletem necessariamente a opinião da Editora Abril
Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil