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  Conte sua históriaHiroaki Kokudai › Minha história

Hiroaki Kokudai

São Paulo
82 anos, Consultor de qualidade

Limpeza da alma


Meu nome é Hiroaki Kokudai, tenho 65 anos, sou nissei.

Meus pais (Shunsaku e Kei) moravam em Hiroshima, numa época em que o Japão sofria uma grande recessão, e vieram para o Brasil em 1936, com três filhas pequenas: Yasuko, Tomiko e Noriko.

Trabalharam duro em fazendas de café na região de Pompéia e Lucélia, onde nasci em 7 de junho de 1942. Era o único filho homem de uma família com as três irmãs, e o único brasileiro. Devido ao movimento terrorista dentro da colônia (“Shindo Renmei”), meu pai, que era da facção “perdedora” (aqueles que se conformaram com a derrota do Japão na guerra) e plantava menta e algodão (produtos que eram considerados “traições” ao Japão), sofreu perseguições e procurou uma cidade com menos japoneses. Ele mudou-se para Itapeva, sul de São Paulo. Para mim não foi tão bom, pois era discriminado pelos “brasileiros”. Isso me tornou tímido e complexado (tinha, na época, vergonha de minha origem!). Procurava compensações estudando muito e acabei, por “descuido”, entrando no ITA, onde me formei em 1965.

Trabalhei muitos anos nas indústrias de autopeças e tive três filhas (Suzely, Sandra e Viviane) ao me casar com uma nissei de Bastos, Rosa Yonezawa. Mas o casamento não deu certo e me divorciei após 26 anos.

Hoje sou consultor de qualidade, produtividade, “Novos 5S”, Kaizen (melhoria contínua) e STP (Sistema Toyota de Produção). Sou também voluntário e membro ativo de uma ONG de origem japonesa (ZPB - Zeladoria do Planeta do Brasil) que procura, através da limpeza, não só lapidar a própria alma como tornar o Brasil (que AMAMOS!) mais civilizado, com mais civismo e cidadania. Geralmente, país pobre é sujo, desorganizado e não há respeito às leis e às pessoas. E, geralmente, país rico (e feliz) é limpo, organizado e há mais respeito! Queremos o Brasil assim!


Enviada em: 11/10/2007 | Última modificação: 24/10/2007
 

 

Comentários

  1. Edmilson Martins @ 23 Out, 2007 : 22:15
    Hiroaki, ficou legal seu blog. Gostei! Você pretende atualizá-lo?

  2. Magali Nishimura @ 27 Out, 2007 : 08:24
    Nossa tio, achei essa pagina tao interessante! Sempre quis saber mais da historia da obatchan e de voces! Obrigada pelas fotos, sao lindas de mais! Um abracao, Magali

  3. José Luis @ 30 Jan, 2008 : 10:50
    Caro Sr. Hiroaki, Fiquei muito feliz e emocioando com sua página. Fomos vizinhos do seu Kokudai e dona Keiko (assim que a chamávamos), em Itapeva (casa colada com a quitanda). Tem um e-mail? Um grande abraço. José Luis - jlturiani@ig.com.br

  4. Viviane Aily Kokudai (Filha) @ 1 Fev, 2008 : 18:35
    Oi Pai!!! Adorei o texto! Ficou muito legal e emocionante!!! Só faltou vc mencionar que hoje vc possui também 2 lindos netos, a Bruna de 16 anos e o Ícaro de 4 aninhos! Adoro vc e tenho orgulho de nossa história! Bjs Vivi

  5. Antonio Minoru Katayama @ 29 Fev, 2008 : 19:01
    Caro veterano Hiroaki Sou da turma 72 e gostei muito saber que havia um outro iteano nissei deixando o seu registro. Parabens pelo passado empreendedor e de duro trabalho que muito honra as nossas origens. Minoru

  6. Sonia Novaes @ 14 Mar, 2008 : 00:20
    Sr.Hiroaki Bonita a sua história de vida. Infelizmente muitos imigrantes sofreram alguns tipos de discriminações ao chegarem em um país estranho. Sou descendente de Portugueses e meus avós quando vieram para o Brasil,também sofreram muito,meu avô era marceneiro e entalhador,um verdadeiro artista. Infelizemnte,nosso país era para ser exemplo de civilidade,porque somos puros de coração,um país hospitaleiro,mas nem tudo nesse mundo são flores. Quando não existe um governo que se preocupa com a saúde e educação como pontos primordiais,fica muito difícil de ser governado. Aí então temos que conviver com esses absurdos que temos visto por aí:corrupção,vandalismo,bandidismo..etcc...etc... Ainda estamos longe de ver o Brasil,mais educado,mais civilizado,porque todos que entram lá, legislam em causa própria,infelizmente. Enquanto houver povo ignorante e doente,nossos governantes se mantem no poder,mas um dia tudo isso acaba e quem sabe teremos uma Democracia decente. Mas voltando à sua história... Nasci numa cidadezinha do interior paulista,que na época chamava-se Maripá,distrito de Lucélia. Havia uma Colônia muito grande de orientais.Fui criada entre eles,minha mãe tinha uma vizinha,que praticamente nos adotou...rss...quando minha mãe ia lecionar,toda comida que ela fazia diferente,levava lá em casa para experimentarmos...até hoje sou apaixonada por manju,de vapor e assado.Sòmente minha família era convidada para as festas que eram realizadas no Clube dos japoneses.Naquela época as pessoas eram muito tímidas e fechadas,mas como minha mãe era professora de muitos deles,abriam uma exceção. Então sempre íamos há muitas festas,meu pai tinha Cartório de Registro Civil,perderam a conta,de quantos afilhados de batismo e casamentos tiveram. Há muito tempo procuro pela internet,pessoas que moraram lá,na década de 50, 60 e 70. Gostaria muito de encontrar meus amigos de infância,nasci em 1951 e morei em Maripá,até o início de 63 quando sai para estudar fora(Londrina) e só passava as férias lá em Maripá.Nunca mais voltei a morar lá,porque depois vim para Campinas para fazer Faculdade. Quem me falou do Sr.foi a Celina Yamamoto,disse que o sr.parece que morou em Lucélia.Em 1970,meus pais mudaram para Lucélia,meu pai trabalhou muitos anos na Prefeitura e foi Vereador por 27 anos.Faleceu lá em 1989,minha mãe mudou-se para Avaré,onde faleceu em 2002. Estou escrevendo um livro de Memórias sobre a cidade de Pracinha(antiga Maripá). Estou lendo as histórias de vida de voces nesse site que a Celina me indicou.Quem sabe também acho pessoas que moraram lá na minha cidadezinha.Também criei um blog pra postar histórias que nem as suas,se o Sr.quiser ver,acesse:www.sonianovaes.blogspot.com Um grande abraço para o senhor. Sonia Regina Novaes Angelo Artista Plástica Campinas-SP

  7. Olivia Proença @ 1 Nov, 2010 : 16:17
    Somos felizes pq temos algo a contar para nossos netos.Queira desculpar mas no seu perfil falta muita coisa ,como por exemplo ,que vc fez parte de um "refinado" grupo de jovens que terminou o científico aqui em Itapeva e sem "cerimônia" entraram em diversas faculdades ou sejam ,as mais disputadas na época,(Ita ,Usp, Puc etc. )sem nenhum cursinho ,apenas com sua dedicação e vontade de vencer.Acho que quasi todos que terminaram junto com vc,o curso, tiveram uma linda formação acadêmica.Abraços Olivinha.

  8. Hiroaki @ 2 Nov, 2010 : 00:15
    Olivinha! Que bom saber que você está bem. Eu era amigo do seu irmão Ezequiel e lembro-me da Mercedes que seu pai tinha. Um dia queria conhecer sua familia e você. Hiroaki

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