Conte sua história › Renato Kenji Nakaya › Minha história
Meu pai, no Japão, era professor de artes plásticas. Ele ensinava arranjos de flores, os chamados ikebana, para as filhas das famílias reais japonesas. Minha mãe era formada em enfermagem e trabalhava em hospitais e clínicas. Eles se conheceram através do sistema de casamento japonês (o miai) e se casaram em 1932 (veja mais detalhes no vídeo ao lado).
No mesmo ano, pegaram o navio para o Brasil. Meu pai tinha uns 26 anos; minha mãe, 25. Com essa idade, as pessoas se sentiam motivadas a buscar desafios no novo mundo, a partir em busca de novas conquistas financeiras. Existe um grande senso de aventura.
Entrar no navio foi fácil. Mas a viagem, que deve ter levado em torno de 50 dias, foi terrível. Nem todos tinham saúde suficiente para resistir às mudanças. Minha mãe, com certeza, cuidou de muita gente no navio. Mas muitas pessoas faleceram. E, na época, não tinha como levar um corpo para o porto. Os corpos eram colocados em esquifes e lançados no mar.
Chegando a Santos, eles passaram pela Hospedaria do Imigrante e foram para Promissão, no interior de São Paulo. Havia parentes do meu pai lá que tinham recebido um quinhão de terra, e estavam produzindo café. Meu pai veio para aumentar a mão-de-obra. A fazenda se chamava Antinha.
Depoimento ao jornalista Xavier Bartaburu
Fotos: Carlos Villalba e arquivo pessoal de Renato Nakaya
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes
Nakaya fez estágio em uma fábrica de shoyu no Japão
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil