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Lucas Kenzo Dakuzaku

Araraquara / São Paulo - Brasil
34 anos, estudante

A música na minha vida


O meu primeiro contato com a música japonesa, em especial a de Okinawa, foi com certeza quando eu cheguei em casa depois da maternidade. Pois meu pai tinha inúmeras fitas de minyo, e alguns Cds que minha tia mandava do Nihon.
Eu ficava alí, no colo da minha mãe, do meu pai, da minha avó, e o rádio estava sempre ligado, e aquele "Tun tun ten" do sanshin ecoando pela casa.
Quando eu tinha um ano e pouco, um tio avô de São Paulo veio nos visitar. Ele usava sempre uma camisa branca, calça ocre e seu chapeu, em um braço carregava sua malinha e com a outra seu sanshin.
Esse "oji" foi pra Okinawa quando era jovem pra aprender a tocar sanshin. Ele passou alguns anos na ilha, e aprendeu muitas músicas. O que todos aqui em casa admiravam era que ele não usava nenhum tipo de partitura, tocava tudo de cabeça; só uma música ou outra ele precisava dar uma olhadinha na letra. Esse foi meu primeiro contato com o sanshin.
Alguns anos depois, minha bachan ensinou a dançar kachashi (realizada normalmente no fim de festas okinawanas, com música contagiante, onde todos são convidados à dançar). A partir daí, começei à imitar as danças que via na tv (na época minha avó recebia fitas com apresentações de música e dança de Okinawa).
Eu crescí e me desliguei desse universo cultural. Não dançava e nem ouvia esse tipo d música.
Mas um dia por algum motivo assistindo a NHK, uma música chamou minha atenção. Miyako Harumi e Kobayashi Sachiko cantavam Shima Uta. Eu nem fazia idéia do que a letra dizia, mas me encantei pela melodia, e começei a decorar a canção sem mesmo saber ler nihongo.
Nessa época eu tinha uns 8 anos, e a partir da legenda das músicas eu aprendí a ler hiragana e katakana. Meus pais achavam interessante eu conseguir aprender a ler assim: ouvindo o som das sílabas e reconhecendo o símbolo em japonês.
Depois de muito esforço, eu concluí um mini-alfabeto, e conseguia ler quase tudo (em hira e katakana é claro).
Pra aprender mais símbolos, a cada semana eu acompanha um novo músical. E procurava no meio das coisas do meu pai, os cds e as letras das músicas. Em pouco tempo eu conhecia uma boa quantidade de música e cantores.
Aos 11 anos eu ganhei um computador, e procurava aprimorar meus conhecimentos em todos os sites de japonês.
Vendo meu esforço e gosto pela língua japonesa e pelas músicas, meus pais deram a idéia de eu começar a aprender a tocar sanshin.
Eu era criança, só tinha amizade com amigos da escola; fora eles, eu não tinha mais amigos, e nem frequentava os evetos nipônicos.Por isso me sentia meio inseguro em ir pro kaikan (clube).
Depois de muita insistência eu fui. Eu tinha uma tia e uma prima que já fazia aulas, então foi mais fácil de "entrar em contato" com a turma.
Minha primeira aula de sanshin foi fantástica. Eu saí do kaikan com a certeza de que jamais deixaria de tocar aquele instrumento.
Hoje tenho 17 anos, e já faz 4 anos que toco sanshin. Participo de apresentações em Araraquara, São Paulo, Rio Preto. Além do sanshin aprendí a tocar taiko sozinho (estilo mitsufumi), e sanba (uma espécia de castanhola okinawana).
Meu maior sonho é ir pra Okinawa conhecer a terra dos meus antepassados e tornar-me sensei.


Enviada em: 22/01/2008 | Última modificação: 22/01/2008
 
« Viva Okinawa!

 

Comentários

  1. Renata Murakami @ 10 Fev, 2008 : 16:15
    Eu tive o prazer de conhecer Okinawa! Gostei muito de lá viu? Realmente o povo é hospitaleiro. Até conheci rapidamente um japonês no ponto de ônibus que disse que seu avô veio pro Brasil. Conhecendo aquela terra nem parece que já foi cenário de horror. Tudo de bom pra vc! Abraços!

  2. Sigueru Oscar Matsuda @ 16 Abr, 2008 : 08:05
    Minha mãe mora em Araraquara, Emiko Matsuda, e minha cunhada Chama-se Iria Tiba, talvez seus pais os conheçam, abraços, Oscar

  3. nelson sinzato @ 20 Jul, 2008 : 19:24
    OKINAWA, BANZAI!!!!!!!!!!!!

  4. Kohatsu-san @ 29 Out, 2008 : 07:14
    Agora estou em Okinawa. Vou ficar por pouco tempo para estudos mas estou tendo o prazer de conhecer esta terra maravilhosa de meus antepassados. Ja admirava a cultura Okinawa e agora que estou aqui e conhecendo as pessoas pessoalmente, tenho mais orgulho desta linhagem e fazer parte de uma cultura tao admiravel e apreciavel. Eh como um paraiso na Terra, tanto pelas pessoas quanto pelo lugar e os costumes.

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