Conte sua história › Angela Hirata › Minha história
Em função do meu trabalho eu conheço mais de 70 países. Onde eu me sinto mais estrangeira é no Japão. Como falo fluentemente japonês, eles acham que eu tenho que conhecer totalmente a cultura do país e me portar como se fosse japonesa. Eles se assustam com meu jeito de ser. Os japoneses são muito subjetivos e sutis. Então é preciso ter sensibilidade para captar o que eles estão querendo dizer. Isso me cansa muito. O Japão é um país que eu gosto, tenho a família que me recebe muito bem, mas me dou um prazo de permanência: 10, 15 dias, no máximo. Aí tenho que sair, senão fico sufocada.
A vontade de voltar ao Japão da minha avó fez com que eu conhecesse o país antes de ter ido para lá. Como neta mais velha, ficávamos mais tempo juntas. Ela me contava sobre os costumes da família, como viviam, detalhes sobre ruas e lojas. Meu avô falava sobre as montanhas e praias. A primeira vez que fui ao Japão comecei a perguntar sobre essas coisas e eles ficaram surpresos. Alguns nomes não eram mais os mesmos; uns lugares nem existiam mais. Toda vez que vou para lá faço questão de passar na loja de departamentos que minha avó freqüentava. Tomo chá, como um doce e sempre me lembro dela.
Depoimento à jornalista Juliana Almeida
Fotos: Everton Ballardin e arquivo pessoal de Angela Hirata
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes
"Meu avô sempre dizia que o Brasil era a nossa terra"
As opiniões emitidas nesta página são de responsabilidade do participante e não refletem necessariamente a opinião da Editora Abril
Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil