Conte sua história › Sara Mirie Watanabe Amorim › Minha história
E a história começa há mais de 80 anos atrás em Fukushima Ken (Japão) com o nascimento de Tomoji Watanabe que em 2 de Outubro de 1933 chega ao Brasil com 7 anos de idade ....
Vieram para trabalhar na roça em São Paulo e ao longo de anos de trabalho foram economizando e mantendo a família...
Aos 29 anos em 1952 o Sr. Tomoji Watanabe compra o seu GMC 7-60. Com esse caminhão ele sustenta toda a família, 4 filhos e 2 filhas, sempre ensinando o valor dos estudos !!! Todos os filhos do Sr. Tomoji concluíram o ensino superior, trabalhando durante o dia e estudando à noite.
O GMC sempre esteve presente em todos os momentos, era um membro da família Watanabe...
O caminhão era quase um filho para o Sr. Tomoji. Todos os anos ele desmontava o motor e dava uma geral.
2003 foi seu último ano de trabalho, pois por transportar cargas perigosas (cloro, ácido, etc) para Santos, devido a idade do Sr. Tomoji - perdeu a licença para transporte desse material. Após ficar um ano sem trabalhar com o caminhão, em 25 de Abril de 2004 veio a falecer de um infarto. A perda é imensurável...
E como um samurai que nunca troca sua espada, o GMC continuou com a família Watanabe ...
Em Dezembro de 2006, após assistir o Lata Velha (da rede Globo) o Luiz (meu marido) teve a idéia de escrever a carta para o programa... A carta foi enviada somente em Janeiro e no final de Fevereiro a produção do Caldeirão do Huck entrou em contato conosco... Me ligaram para ver o caminhão, veio também uma pessoa da oficina do Lata Velha e me informaram que no dia seguinte iriam fazer um clipe do caminhão para levar ao Luciano Huck assistir e ele iria decidir entre outros 3 carros...
No dia seguinte, para minha surpresa, o próprio Luciano Huck foi até a casa do meu avô onde estávamos esperando somente a produção e mal sabíamos que a escolha já tinha sido feita...
E então começou a reforma do grande GMC !!!! É claro que as coisas não são tão fáceis assim. Teria que cumprir uma prova no palco do Caldeirão, no meu caso, iria imitar uma cena de luta do filme Kill Bill.
Passei uma semana sozinha no Rio de Janeiro ensaiando para a luta, foi super complicado, afinal de contas, nunca havia lutado na vida. Masss... valeria a pena as dores nas pernas, o roxo na costas e joelho, os dias inteiros de treino e a saudade de todos... O tempo passou rápido. A apresentação foi show e o GMC voltou para família mais lindo do que nunca !!!!!
Toda essa história uniu ainda mais a família, tios, tias e primos !!!
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil