Conte sua história › marcelo tamada › Minha história
Desde 1997, trabalho com jornalismo esportivo e não pude resistir a especular quem seria o melhor jogador profissional japonês que atuou nos gramados brasileiros?
É verdade que temos poucos candidatos. Também não estou considerando o ponta Sérgio Echigo, que surgiu na década de 60 no Corinthians, colega de Rivelino, e que construiu uma vigorosa carreira no Japão. Abriu escolinhas, dava clínicas e atuava como comentarista da TV japonesa (não sei se continua na ativa). Não o vi jogar, mas o próprio Rivelino admitiu ser Echigo o inventor do drible do elástico!!!
Na verdade, a fama dos japoneses não é das melhores em se tratando de futebol. Lembro-me do Paulinho Kobayashi, um atacante que jogou com algum brilho na Portuguesa e rodou por várias equipes.
Recentemente, falava-se muito do goleiro Yamada, revelado pelo Corinthians, que chegou a defender a Seleção Brasileira nas categorias de baixo. Mas não vingou.
O meia Rodrigo Tabata, do Santos, talvez fosse um bom candidato. Mostrou um bom futebol no Goiás, mas ainda não se firmou na equipe do Santos.
Há a revelação Pedro Ken, que brilhou no Coritiba no ano passado, mas esse ainda é uma promessa.
Na minha opinião, o melhor japonês que eu vi jogar foi o atacante Kazuyoshi Miura, o Kazu, que defendeu o Santos na década de 80 e depois voltou ao Japão.
No Santos, ainda jovem, Kazu era um atacante rápido que caía com facilidade pelas pontas. Tinha dificuldades de finalizar. Só voltei a reencontrá-lo no início da J-League, em 1993, atuando pelo Verdy Kawasaki. Já era um atacante completo, maior ídolo da torcida japonesa.
Sua história era emblemática. Mandado ainda criança pelo pai a Jau para aprender futebol, Kazu passou sua mocidade em solo brasileiro. Retornou homem feito para brilhar no futebol japonês. Ele mesmo brincava: "Sou japonês, mas o futebol é brasileiro!"
Na minha opinião, no futebol, o melhor nikkei foi um japonês: Kazuyoshi Miura.
As opiniões emitidas nesta página são de responsabilidade do participante e não refletem necessariamente a opinião da Editora Abril
Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil