Conte sua história › Ernesto Akito Kondo Komatsu › Minha história
No primeiro ano da faculdade (FMUSP), eu pratiquei muitas atividades esportivas; não só o kendô, mas principalmente o atletismo. Corria todos os dias. No decorrer do tempo, as atividades acadêmicas começaram a aumentar e fui deixando o esporte de lado. O dever me chamou!
No ano de 2000 eu me formei e resolvi ir para o Japão. Fui morar com o meu pai, mas a estada foi curta..., foram apenas quatro meses, em que resolvi me dedicar às artes marciais e à medicina oriental. Nesse período, comecei a ter outro tipo de visão em relação à vida, à medicina e à cura.
Voltei ao Brasil, ingressei no Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas) para fazer residência em radiologia. Paralelamente, comecei a participar no Junkaishinryou (巡回診療), conhecido como assistência médica móvel, setor social da Beneficência Nipo-Brasileira. Nos finais de semana, médicos de diversas especialidades tomam o ônibus rumo às comunidades japonesas tanto da capital quanto do interior, inclusive cidades longínquas, como as localizadas nos Estados do Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso.
Notei que muitos dos imigrantes japoneses não sabem falar português, apesar de terem vindo para o Brasil há várias décadas. Fico feliz em poder ajudar, ainda que só um pouquinho..., ainda que às vezes essa ajudinha se resuma a apenas uma conversinha em “nihongo” (língua japonesa).
A partir do final de 2003 comecei a fazer parte do setor de radiologia de Hospital Nipo-Brasileiro, pertencente à Beneficência Nipo-Brasileira. Em 2005, o hospital iniciou o serviço de check-up de saúde voltado principalmente para executivos de empresas japonesas, no qual os resultados dos exames e as recomendações clínicas são escritos em japonês. Desde então, venho também ajudando neste setor.
Hoje, penso que valeu a pena ter me esforçado para aprender e não esquecer a língua japonesa. Devo à aprendizagem da língua muitas das minhas conquistas atuais.
No final de 1995, eu conheci a Vivi... namoramos durante 11 anos (!!!) e finalmente nos casamos em abril deste ano. Escolhi o Brasil para iniciar essa nova etapa de minha vida.
Aqui é o local onde nasci e onde (se tudo der certo) meus filhos irão nascer. Acredito que a mistura de culturas tão diferentes só tem um lado: o positivo! Só temos a ganhar se tirarmos proveito dessas culturas tão diferentes e ao mesmo tempo tão próximas. Basta buscar o equilíbrio e a harmonia.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil