Conte sua história › Tieko Fujiye › Minha história
Na minha família, como na maioria das famílias orientais, aprendemos desde cedo a preservar a memória dos antepassados através de orações, cultos, missas, independente das diferentes religiões praticadas e seguidas.
O meu pai costumava dizer que meu avô Dekita não acreditava no poder das religiões e sim nas atitudes, nas ações que cada ser pratica e que por conseqüência geram resultados positivos ou não em sua vida.
Papai relembrava dos dizeres do meu avô, toda vez que visitava o cemitério, na época de finados, como um culto à memória do pai.
Lembro-me muito bem das histórias que papai contava sobre o meu avô, já que não tive oportunidade de conhecê-lo, pois ele faleceu em 1952, após adoecer, no Município de Tapiraí,em São Paulo. A minha mãe dizia que as últimas palavras do meu avô foram que ele estava voltando ao Japão. Estas palavras demonstraram que mesmo estando distante do país de origem, nunca deixou a vontade de retornar.
Na minha lembrança de antepassados estão os meus avós paternos: Dekita e Hama; meus avós maternos:Takejiro e Hide; meus tios: Shumanoske e Tei Fujie, Kinjuro e Seiko Fujie, Masao e Tsuruno Kurokawa, Monzaemon Fujiye, Tamio Sekiguchi.
Na memória da minha família estão os meus pais e o meu irmão Hidenobu que faleceu em 1983 deixando dois filhos. A minha irmã que mamãe perdeu no primeiro parto, a Nashiko e meu irmão Yoshiro que viveu poucos dias.
Não posso deixar de lembrar também das minhas primas: Yoko Fujie, Hiwako Shimodaira e Niwako Settai.
Por quê relembrar de fatos tristes no início do ano? Alguém pode perguntar, eu respondo que, em momentos alegres e felizes da minha vida, lembro-me daqueles que já partiram e me proporcionaram muitas alegrias, ensinamentos, lembranças que jamais esquecerei.
Lembro das coisas que gostavam de fazer, a exemplo disso, os meus avós paternos gostavam de ir ao teatro, meus avós maternos gostavam de plantas, a minha tia Tsuruno adorava cantar participava aos 80 anos no karaokê, a minha mãe gostava muito de orquídeas, das quais ainda cuido, o meu irmão gostava de nadar. Ao escrever este texto tenho a certeza que o faço para homenageá-los.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil