Conte sua história › Ricardo Mizusaki Katayama › Minha história
Não que seja muito difícil você saber da sua ascendência nipônica. Afinal, 100 anos de imigração não é tanto tempo assim. E se você não sabe se teus avós são japoneses ou não, seja por desconfiar do padeiro da sua mãe, seja por ter uma vida cheia de desencontros digna de novela das oito, putz, não vai ser aqui que você vai resolver seu problema.
Mas todo nikkei, por mais paraguaio que seja, tem algumas características fazem o nipo-brasileiro.
Todo nikkei:
- fica ofendido quando dizem que arroz japonês é empapado
- chama a avó de batian e entende, ainda que não saiba falar, o dialeto "batianês"
- sabe comer de palitinho instintivamente
- gostava mais do jaspion que do chaves
- tem família que veio do interior
- tempera a salada com shoyu
- era chamado de "baka" ou "bakataré" quando fazia alguma besteira na infância
- serve um monte de comida quando recebe visitas
- já participou de uma missa onde se servia comida depois (makisushi, pastel de palmito e croquete de peixe)
- tem pernas curtas, assim como a mentira
- tem bigode infame e barba rala
- tem pais ou avós que guardam um monte de tranqueira que nunca vai ser usada na casa inteira: pote de sorvete, guarda chuva quebrado, roupa que não usa, vidro de palmito, enciclopédia, fitas cassete e VHS...
- já ouviu alguém mais velho dizer "motainai!" quando tentou jogar alguma dessas tranqueiras no lixo
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil