Conte sua história › Maristela Chaya › Minha história
Um dia apareceu na redação do Jornal Paulista um grande nome do mundo fashion, querendo uma matéria convocando japonesas de todo o Brasil para um teste de modelo para um catálogo da marca Vicio. Adivinha quem foi fotografar o cara para essa matéria? Euzinha. Chegando lá, me apresentei como fotógrafa do jornal, ele me olhou e não falou nada, apenas perguntou se eu teria vontade de ser a tal modelo que ele tanto procurava. O que eu poderia responder? Lógico!!! Cheguei no jornal e o fotógrafo do jornal tirou minhas fotos para mandar para a Vicio. Duas semanas depois eu estava lá, com fotógrafo, maquiador, agência, cliente e toda a trupe. A equipe era de primeira - na época, eu nem tinha idéia com quem eu estava trabalhando.
Antes disso um grande amigo meu, jornalista do jornal, já havia feito um editorial comigo e a Pati de modelos. Ele sempre insistia para procurarmos uma agência, mas eu nunca levava a sério. Até hoje agradeço a ele por isso...
Daí para frente fui me distanciando cada vez mais da colônia. Tive que sair do jornal. Não sei como, mas minha carreira como modelo deslanchou, só tinha eu de oriental "pura" naquela época. Eu, com meu 1,66 metro de altura, magrinha e rostinho normal, desfilei no Phytoervas, no Morumbi Fashion, na Semana da Moda. Fui para Belo Horizonte desfilar, fotografei com modelos famosas e com fotógrafos excepcionais, conheci os melhores maquiadores de São Paulo, participei de filmes publicitários, novela, estive em outdoors... Lembrando assim, nem eu acredito... E tudo aconteceu muito rápido. No ano de 1998, eu me formei em publicidade e propaganda, fui trabalhar na área de cinema e larguei tudo.
Hoje já não tenho nenhuma ligação nem com o mundo fashion, nem com a colônia, amo um descendente de russos. Íamos toda semana a restaurantes japoneses, mas isso é muito comum em São Paulo, mesmo para casais de gaijins. Trabalhava com edição de filmes e videos, mas talvez agora eu esteja num novo momento de reflexão, de ressurgimento, de renascimento, ou seja lá o que for. Estou aqui, na Austrália, no meio dos cangurus, para alguma resposta ou sinal de uma qualidade de vida melhor...
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil